ATA DA CENTÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 14-11-2011.
Aos quatorze dias do mês de novembro do ano de dois
mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Elói Guimarães, Fernanda Melchionna,
João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Paulinho
Rubem Berta e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Aldacir José Oliboni, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elias
Vidal, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio
Dib, Luiz Braz, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir
Canal. Após, foram apregoados os Ofícios nos 1011, 1010 e 1012/11, do senhor Prefeito,
encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
007/11 (Processo nº 3699/11) e os Projetos de Lei do Executivo nos
045 e 046/11 (Processos nos 3697 e 3698/11, respectivamente). Do
EXPEDIENTE, constou Ofício do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde,
emitido no dia primeiro de novembro do corrente. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as
Atas da Octogésima Segunda, Octogésima Terceira, Octogésima Quarta, Octogésima
Quinta, Octogésima Sexta, Octogésima Sétima, Octogésima Oitava e Octogésima
Nona Sessões Ordinárias e da Vigésima Segunda e Vigésima Terceira Sessões
Solenes. A seguir, por solicitação dos vereadores Carlos Todeschini e João
Carlos Nedel, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma,
respectivamente, à senhora Elida Ferreira, falecida no dia de hoje, e ao deputado
estadual Chicão Gorski, falecido no dia de ontem. Em continuidade, o senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Luiz Eurico da Silva
Boeira, Secretário da Associação de Moradores do Bairro Ipanema, que discorreu
sobre o serviço de transporte por lotações a que tem acesso a comunidade do
Bairro Ipanema. Após,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Professor Garcia, Pedro
Ruas, João Carlos Nedel, Paulinho Rubem Berta, Engenheiro Comassetto, Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Luiz Braz e DJ Cassiá manifestaram-se acerca
do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em seguida, a senhora Presidenta
concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, ao senhor Luiz Eurico da
Silva Boeira. Em
prosseguimento, foi apregoado o Memorando nº 009/11, de autoria do vereador
Reginaldo Pujol, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, hoje, na cerimônia de entrega de
unidades habitacionais do Residencial Repouso do Guerreiro, às quatorze horas e
trinta minutos, no Bairro Restinga, em Porto Alegre. Após, foi aprovado
Requerimento de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje
destinado a assinalar o transcurso do centésimo septuagésimo quarto aniversário
da Brigada Militar, nos termos do Requerimento nº 037/11 (Processo nº 2171/11),
de autoria do vereador Engenheiro Comassetto. Compuseram a Mesa: a vereadora
Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o senhor Airton
Michels, Secretário Estadual da Segurança Pública, representando o Governador
do Estado do Rio Grande do Sul; o coronel Altair
de Freitas Cunha, Subcomandante da Brigada Militar; o senhor Juarez Pinheiro,
Secretário Estadual Adjunto da Segurança Pública; o senhor Geraldo Anastácio
Brandeburski, Presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado do Rio Grande
do Sul; o senhor Paulo Rogoski, representando a Prefeitura Municipal de Porto
Alegre; o coronel Atamar Cabreira, Comandante de
Policiamento da Capital da Brigada Militar; o senhor Gelson Treiesleben, Superintendente da Superintendência dos Serviços Penitenciários – SUSEPE –; e a senhora Maria
José Diniz, Coordenadora Penitenciária da Mulher da SUSEPE. A seguir, foi
ouvido o Hino Nacional, executado pela Banda de Música da Ajudância-Geral da
Brigada Militar, conduzida pelo
primeiro-tenente Zonir Pereira Menezes. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Engenheiro Comassetto, como proponente, e João Carlos Nedel, este em tempo
próprio e em tempo cedido pelo vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciou-se o vereador Elói Guimarães. Após, a senhora Presidenta
convidou o vereador Engenheiro Comassetto a proceder à entrega, ao coronel Altair
de Freitas Cunha, de Diploma alusivo à presente solenidade, concedendo a
palavra a Sua Senhoria, que agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Em
prosseguimento, foi ouvido o Hino Rio-Grandense, executado pela banda da
Ajudância-Geral da Brigada Militar, conduzida pelo primeiro-tenente Zonir
Pereira Menezes. Na
oportunidade, a senhora Presidenta registrou as seguintes presenças, neste
Plenário: do coronel João Fritz, Corregedor-Geral da Brigada Militar; do
coronel Leonel Andrade, Diretor do Departamento de Informática da Brigada
Militar; do coronel Eduardo Merelo, Diretor do Departamento Administrativo da
Brigada Militar; do major Alexandre Beiser, Comandante do 20º Batalhão de
Polícia Militar; do
senhor Darci Juarez de Campos Homem, Presidente do Sindicato dos Servidores
Civis da Brigada Militar; do senhor Adelto Rohr, representando o Departamento
Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul – DETRAN/RS –; do senhor Bernardo
Trojan, representando o deputado estadual Adão Villaverde; do
soldado Leonel Lucas, Presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes
Filho; e do coronel Augusto Mamede, Diretor-Adjunto do Departamento de
Inteligência da Secretaria Estadual da Segurança Pública. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Dr. Thiago
Duarte, este em tempo cedido pelo vereador Mario Fraga, e Dr. Raul Torelly, em
tempo cedido pelo vereador Haroldo de Souza. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Dr. Thiago Duarte, Nelcir Tessaro, Luiz Braz e
João Antonio Dib. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Também, foi apregoado
comunicado de autoria do vereador Carlos Todeschini, informando o cancelamento
de representação externa solicitada por Sua Excelência para o período de
quatorze a dezoito de novembro do corrente, na WATEC 2011 - 6ª Feira
Internacional e 3ª Conferência Internacional sobre Tecnologias de Água, Energia
Renovável e Controle Ambiental, em Tel Aviv, Israel. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciou-se o vereador Mauro Pinheiro, em tempo cedido pelo vereador Adeli
Sell. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Aldacir José Oliboni.
Após, o vereador Alceu Brasinha formulou Requerimento verbal, solicitando
verificação de quórum, Requerimento esse retirado pelo autor. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 022/11, os Projetos de Lei do Legislativo nos 153,
158 e 181/11, o Projeto de Lei do Executivo nº 044/11; em 2ª Sessão, o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 005/11, os Projetos de Lei do Legislativo nos
034 e 135/11, este discutido pelo vereador Elói Guimarães e pela vereadora
Sofia Cavedon, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 078/11,
o Projeto de Resolução nº 035/11. A seguir, em face de Questão de Ordem
formulada pelo vereador Reginaldo Pujol, a senhora Presidenta prestou
esclarecimentos acerca do período de Discussão Preliminar de Pauta. Durante a
Sessão, os vereadores Pedro Ruas, DJ Cassiá, Alceu Brasinha e Haroldo de Souza
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e quatorze
minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo
vereador Alceu Brasinha, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora
Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ Cassiá e Elói Guimarães e secretariados
pelo vereador Paulinho Rubem Berta. Do que foi lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora
Presidenta.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para um Requerimento.
O
SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio
pelo falecimento da Srª Elida Ferreira, liderança comunitária do Bairro
Humaitá/Navegantes, no Orçamento Participativo, líder afro-religiosa e Suplente
do Conselho Tutelar.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de solicitar também um
minuto de silêncio pelo falecimento do Deputado Chicão Gorski, do Partido
Progressista, ocorrido ontem.
O
SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos à
O Sr. Luiz
Eurico da Silva Boeira, representando a Associação de Moradores do Bairro
Ipanema – AMBI, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para
tratar de assunto relativo aos Lotações Ipanema.
O SR. LUIZ EURICO DA SILVA BOEIRA: Boa-tarde,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras e demais
presentes. Estou aqui representando a Associação de Moradores do Bairro Ipanema
para tratar dos lotações. Trago alguns documentos aqui; portanto, a minha fala
vai ser mais para registrar o que está ocorrendo.
Lembro que, em 1976, a Câmara de Vereadores propôs
a volta do sistema de táxis-lotação, que havia sido extinto na década de 60,
com objetivo de proporcionar uma opção de transporte coletivo mais qualificado
para reduzir a circulação de veículos particulares, contribuindo para
economizar combustível e divisas dentro do quadro da crise internacional de
petróleo que, na época, estava ocorrendo.
Em 26 de novembro de 1976, a Lei nº 4.187 instituiu
o sistema, e, em maio de 1977, começaram a circular as primeiras linhas:
Tristeza e Ipanema...
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Peço a colaboração da população que nos visita
neste momento; por gentileza, usem os assentos das nossas galerias. Peço a
colaboração das senhoras e dos senhores que estão nos visitando neste momento,
pois temos um orador de uma entidade de Ipanema. Logo em seguida, atenderemos
às solicitações das senhoras e dos senhores. (Pausa.)
Sr. Luiz Eurico, eu assegurarei o seu tempo.
O SR. LUIZ
EURICO DA SILVA BOEIRA: Em 1977, foi criado o sistema de lotação em Porto
Alegre, naquela época, com veículos Kombi, com capacidade de oito passageiros.
Volto a lembrar, aqui, as primeiras linhas: Tristeza e Ipanema. Esse sistema
está atualmente limitado em 403 veículos tipo micro-ônibus.
Retornando à data de 1986 – na época o Prefeito era
o Dr. Alceu Collares –, tivemos o pedido de que esse lotação, em Ipanema,
transitasse pelo interior do Bairro, que seria: Rua Otacílio Oliveira, Rua Ladislau
Neto e Av. Guaíba, que é à beira do rio.
Em fevereiro de 2011, fomos surpreendidos, pela
manhã, com a notícia de que havia sido extinta a linha do lotação Ipanema –
linha 10.4 –, com a explicação de que ela seria estendida para o Bairro Hípica,
o que na verdade não ocorreu; ela não foi estendida: ela foi extinta.
Nós tínhamos nove lotações que faziam o Jardim
Isabel e Jardim Ipanema, e, simplesmente, de um dia para o outro, deixaram
apenas três lotações para atender ao Jardim Isabel. Nós, os moradores de
Ipanema, simplesmente ficamos sem lotação. No mesmo dia, eu mandei um e-mail para todos os Vereadores da Casa,
fazendo a minha reclamação de que um serviço de longos anos havia sido
simplesmente extinto e ainda usei no meu e-mail
a expressão “vestir um santo e desvestir outro”. O Ver. João Antonio Dib me
respondeu no mesmo dia, dizendo que ele encaminhou pedido para a EPTC,
perguntando se tinham alterado o itinerário, ou seja, se esse lotação Ipanema
continuaria a passar dentro do bairro, e a resposta da EPTC foi uma resposta
muito evasiva, não responderam o que ele perguntou. Ou seja, o lotação Ipanema
tinha sido extinto.
Ainda retornando à extinção do lotação, eu tenho
aqui um documento da EPTC relativo a que, em 10 de março de 2010, ou seja, um
ano antes, dentro da EPTC foi pedida a extensão da linha e havia sido negada.
Eu tenho aqui, inclusive um documento em que o Engenheiro da EPTC, Flávio
Tumelero, informou que a EPTC indeferiu o pedido da extensão da linha para a
Hípica.
Ainda dentro do mês de fevereiro, recebi como
resposta um e-mail do Ver. Professor
Garcia, que é nosso vizinho, pedindo uma reunião na Associação, porque ele
queria se inteirar do assunto para ver no que poderia nos ajudar. De imediato,
o Ver. Garcia, juntamente com a Associação de Moradores do Bairro Ipanema,
entendemos em fazer um abaixo-assinado, que seria o nosso primeiro documento
para fazer frente a esse pedido. Esse abaixo-assinado foi entregue em alguns
estabelecimentos comerciais de Ipanema, e, em questão de poucos dias, nós
conseguimos 1.021 assinaturas. Lembro que um dos abaixo-assinados ficou no
Clube do Professor Gaúcho, que fica logo após a Rua Ladislau Neto. Logo após o
preenchimento desse abaixo-assinado com 1.021
assinaturas, que está comigo aqui, o Ver. Professor Garcia encaminhou ao
Prefeito uma cópia, solicitando o retorno dos lotações. Também encaminhou cópia
à Associação dos Transportes por Lotações e à EPTC, e nós não tivemos retorno.
Ou seja, dos nove lotações que atendiam alternadamente o Jardim Isabel e Ipanema,
nos retiraram seis lotações, sob o pretexto de que seria a Linha 10.4. Na
realidade, como os lotações eram alternados, com intervalos de aproximadamente
de sete minutos, nós, lá em Ipanema, o máximo que esperávamos por um lotação
era 10 minutos. Portanto, era um transporte que vinha atendendo muito bem a
comunidade.
Eu sou morador de
Ipanema há oito anos, e, desde o primeiro dia em que passei a morar lá, eu sou
usuário diário do lotação. E afirmo que, durante a manhã, esses veículos sempre
saíam de lá lotados; inclusive, durante o itinerário, descem passageiros e
entram passageiros, sendo que a lotação de 21 pessoas geralmente era superada.
Portanto, nós discordamos desse argumento apresentado de que havia baixa
utilização.
Após a EPTC receber
esse abaixo-assinado, o Professor Garcia teve uma reunião com a Associação, e a
EPTC resolveu pegar esses três lotações do Jardim Isabel e fazer também o
trajeto de Ipanema, não é? Para quem não sabe, o Jardim Isabel fica à esquerda,
depois da Pedra Redonda, e Ipanema fica na beira do rio. A EPTC resolveu
estender esses três lotações que atendiam ao Jardim Isabel para fazer também
Ipanema. Feito o acordo com a EPTC, fixados os horários, para a nossa surpresa,
funcionou uma ou duas viagens ali, e os lotações simplesmente sumiram. Isso
obrigou o Professor Garcia a fazer registro no Decon e procurar a EPTC. Foi um
fato lamentável que ocorreu na nossa Cidade, quando a EPTC, que é um órgão que
deveria fiscalizar, simplesmente foi omissa.
Atualmente, nós
estamos com esses três lotações atendendo, pela manhã, de meia em meia hora. E
eu volto a dizer que é muito tempo para espera! Era um serviço que vinha sendo
feito há mais de 20 anos, com espera entre sete a dez minutos, e, de um dia
para o outro, a gente começa ter que esperar meia hora? É um serviço que perdeu
a credibilidade! Isso faz com que as pessoas passem a utilizar seus automóveis
ou os ônibus.
Eu também gostaria de
registrar que nós, em Ipanema, da Av. Guaíba, da margem do rio, só temos uma
linha de ônibus, o Serraria, que, pela manhã, chega
lotado. De Ipanema até o Centro são de 30 a 40 paradas. Vejam os senhores que
quem estava acostumado com um lotação com ar-condicionado, com banco
individual, muitas vezes, com nossos vizinhos, de um dia para o outro, ter que
pegar ônibus, foi uma perda enorme!
Nós estamos buscando
o Ministério Público não para pedir os nossos lotações, mas para exigir que
eles retornem a atender os dois bairros – Jardim Isabel e Ipanema – para os
quais, por mais de 20 anos, prestaram um bom serviço.
Este seria, mais ou
menos, o meu registro.
Eu também gostaria de
fazer um agradecimento aos Vereadores que, de uma forma ou outra, têm
colaborado com o bairro Ipanema, são eles: Nedel, Ferronato, Adeli Sell, que
não está no momento; Sebastião Melo, Mauro Zacher, João Antonio Dib, que tem
muitas amizades lá em Ipanema, e Ver. Haroldo de Souza. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Sr. Luiz
Eurico da Silva Boeira, secretário da AMBI, quero cumprimentá-lo e convidá-lo a
compor a Mesa para ouvir os comentários dos Vereadores e das Vereadoras.
Quero cumprimentar os
moradores da Vila Mapa, que chegaram aqui com um problema muito grande. Sejam
bem-vindos. Peço que tenham um pouco de paciência, uma vez que já estão sendo
atendidos pela CUTHAB e, em seguida, veremos quais encaminhamentos tiraremos.
O Ver. Professor
Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezada Presidente;
prezado Luiz Boeira, secretário da AMBI, falamos em nome do PMDB, do nosso
Líder, Ver. Idenir Cecchim, e dos Vereadores Sebastião Melo, Haroldo de Souza e
Dr. Raul. Fico contente que a AMBI esteja aqui hoje, pois, por vários dias,
tratei desse assunto aqui. Também quero comentar a Ação que temos junto ao
Ministério Público, que já se posicionou e marcou a próxima audiência com a
EPTC, com este Vereador e com a Associação, não permitindo a questão dos
permissionários.
A EPTC ainda não nos
entregou o nome dos permissionários e a placa do referido lotação; hoje nos
entregaram os horários, que foram acordados com a EPTC há alguns meses, mas não estão sendo cumpridos, infelizmente. Nós temos notado que,
após as 10 horas, os lotações desaparecem, retornando só à tarde. O que estamos
pedindo – depois de todos os acordos e prejuízos; depois de acordado o período
de 25 em 25 minutos para cada lotação – é que o acordado pelo menos seja
cumprido. Fico contente que esteja aqui, somos totalmente solidários à
Associação de Moradores do Bairro Ipanema e aos 16 mil moradores que fazem
parte dos bairros Ipanema e Jardim Isabel.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS: Presidente Sofia Cavedon; meu caro Luiz Eurico Boeira, da Associação dos
Moradores do Bairro Ipanema, AMBI; eu quero fazer um registro, mas antes abrir
um parêntese, Presidente, para também fazer uma saudação aos moradores da Vila
Mapa, da Lomba do Pinheiro, parada 4, e solicitar a V. Exª que, daqui a pouco,
façamos um breve intervalo para recebê-los, porque, aparentemente, pelo que
vejo, trata-se de um despejo sem ordem judicial. Quero dar uma olhada nesse
aspecto. Fecho o parêntese para dizer o seguinte: conte conosco, meu caro Luiz
Eurico. Falo como Presidente da Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação
da Câmara Municipal, integrada por vários Vereadores – Engenheiro Comassetto,
Nilo Santos, Alceu Brasinha, Paulinho Rubem Berta e Elias Vidal. A nossa
obrigação central é exatamente tratar de temas dessa natureza. Na verdade,
deste tema já tratamos, Professor Garcia, e chegamos a marcar uma reunião em
que não houve o comparecimento. Estamos à disposição, o senhor pode ter contato
conosco através do Ver. Professor Garcia, ou diretamente, como achar melhor,
mais razoável, dentro das suas possibilidades, mas, acima de tudo, parece-me
que o seu pleito é justo e merece, desde logo, a nossa atenção e o nosso apoio.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu quero dar
as boas-vindas ao Luiz Eurico Boeira, meu colega contador, e dizer que estamos
há um bom tempo dialogando. Procurei dialogar com a EPTC, com os
permissionários, para que realmente fosse mantido o
lotação no Bairro Ipanema. Então, combinamos com a EPTC que, a partir de
quarta-feira, será feito o roteiro de 25 em 25 minutos, por três carros, com a
promessa de a EPTC colocar mais carros lá, se o sistema reagir.
A EPTC alega que foi
feita uma pesquisa e que o índice de aproveitamento médio da linha foi
extremamente baixo. Claro que no início do dia está sempre lotado, como V. Exª
já disse aqui, e no final do dia também, mas no meio do dia é muito baixa a
ocupação. E aí, na média, o sistema não estava se viabilizando. O que foi
combinado: a partir de quarta-feira, três carros de 25 em 25 minutos. Haverá
uma fiscalização forte por parte da EPTC.
A EPTC emitiu um
panfleto com os horários e roteiros dos lotações, que os “azuizinhos”
distribuirão de casa em casa, e que, depois, passarei às suas mãos. Se houver a
melhora no índice de ocupação, haverá também o deslocamento de mais um carro.
Então, V. Exª colocou bem a informação: a população precisa voltar a ter
confiança no sistema de lotação, porque realmente não estava funcionando
adequadamente. Então, eu peço que a sua Associação se mobilize e volte a ter
confiança no sistema, só assim o índice vai aumentar e os lotações serão
viabilizados. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª
Presidente, em nome do PPS, eu quero saudar a Associação dos Moradores do
Bairro Ipanema, e o Sr. Luiz Eurico da Silva Boeira, secretário da instituição,
e dizer que o PPS também é solidário nessa questão, principalmente na
mobilidade e na rapidez com que o cidadão deve ser atendido. Quero
parabenizá-lo pela sua exposição e dizer que, se necessário, este Vereador está
à disposição. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente; prezado Luiz Boeira, secretário da
AMBI, gostaria de dizer que temos acompanhado esse debate desde o início, e,
quando os senhores pediram, há uns 90 dias, uma reunião da CUTHAB para discutir
esse tema, casualmente naquele dia eu estava coordenando os trabalhos como
Vice-Presidente. Mas, infelizmente, naquela reunião a AMBI não compareceu, e a
EPTC apresentou os estudos – que convenceram a todos, até por não haver o
contraponto – do por que estar fazendo esse deslocamento ou a ampliação da linha.
O estudo apresentado afirmou que cada volta do lotação do Bairro Ipanema pegava
2,7 passageiros por viagem, e o prolongamento estava pegando 100% dos lotações.
Isso não significa – e temos dito desde o primeiro momento – que um direito
adquirido dos senhores seja restituído. Não estou aqui autorizado para falar em
nome da EPTC, mas ela tem vindo aos nossos debates e apresentou esse novo
calendário, fruto desses diálogos todos para restituir esta demanda dos
senhores. (Mostra calendário.) Inclusive, houve alguns movimentos de colocar
uma comunidade contra a outra; não se trata disso. Não se trata de a comunidade
da Hípica e daquela região, que foram beneficiadas com esse prolongamento,
ficarem em confronto com a comunidade de Ipanema; pelo contrário, temos que
unificar toda a Região Sul para que tenham a qualidade de transporte.
Quero fazer outro registro: aprovamos a nova lei
dos lotações e, até o início do ano, a EPTC tem que apresentar todos os estudos
para as carências nos prolongamentos das linhas que poderão ter os 10% da
reserva técnica. Então, colocamos-nos à disposição, como já disse o nosso
Presidente Pedro Ruas, para continuarmos esse diálogo aqui na nossa Comissão de
Transporte, Urbanismo e Habitação. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Minha cara Presidente; meu amigo Boeira, eu quero também dizer que
tenho acompanhado, e o senhor falou nisso da tribuna, desde os primeiros
movimentos que a Associação fez com relação à questão do nosso transporte e a
mudança de trajeto. Eu, particularmente, recebi do amigo também diversos e-mails conversando sobre isso, e os
respondi. E aqui reafirmo, basicamente, aquilo que eu disse: na verdade, uma
comunidade que tem um transporte coletivo por mais de 20 anos, evidentemente
precisa lutar para que se mantenha aquele transporte lá. Estamos solidários, o
meu Partido e eu, com essa luta. Acho que desse bom debate vai sair uma
definição positiva aos moradores de Ipanema e Vila Isabel. Um abraço! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente,
Sofia Cavedon, nossos cumprimentos também ao Boeira, nós temos um problema
muito sério em Porto Alegre, e parece-me que os empresários estão mais
preocupados em atender só aquilo que efetivamente é bom. O nosso entender é de que,
quando há uma concessão, ela tem que atender aos bons e aos ruins, até porque
essas empresas tem a obrigação de fazer esse transporte. No Bairro Medianeira,
nós temos o mesmo problema: os lotações que passam pelo Bairro só têm nome de
Medianeira, porque, na verdade, vêm de outros locais. Eu quero aqui até
reconhecer a boa vontade do Pitol e do próprio Secretário, mas parece-me que o
corpo técnico da EPTC é que manda em todo esse sistema de trânsito em Porto
Alegre. Parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, eu
quero cumprimentar o Sr. Luiz, que é Presidente da AMBI, e apenas dizer o
seguinte: existe um número limitado de lotações, estabelecido exatamente pela
legislação que criou o sistema de lotações. E, para que se mantenha o sistema
em alguma região da Cidade – porque não é um número grande de lotações –, a
região tem que dar realmente as respostas necessárias. Então, eu divirjo do meu
amigo Vendruscolo, que diz que o empresário só quer saber de lucro. Não! O
empresário vai colocar o lotação e vai discutir dentro do sistema naquelas
regiões em que o lotação está sendo viável. É claro que é uma discussão toda
que está sendo colocada, a própria EPTC já está fazendo um estudo para saber
quantos lotações realmente podem circular dentro daquela região, mas nós temos
que sempre ver o sistema de lotação como um sistema que tem um número limitado
de carros e, por isso mesmo, em diálogo com a comunidade, vai se saber
exatamente qual é o número real de carros que tem que ir para a região. Nós
sabemos que a reivindicação é extremamente justa, mas é um problema que tem que
ser dialogado muito mais por meio da EPTC do que como uma resolução política; é
muito mais técnica do que política a situação vivida por aquela região da
Cidade. Eu quero cumprimentar V. Sª pela luta que faz em prol daquela
Comunidade.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. DJ
CASSIÁ: Presidente, Sofia, eu quero aqui, em nome da Bancada do PTB, dizer ao
Sr. Luiz Eurico da Silva Boeira que a sua luta, a sua reivindicação é mais do
que justa, é indiscutível. Agora, na avaliação que se faz, o Ver. Luiz Braz
colocou muito bem que, como existem necessidades em determinadas regiões, onde
a demanda é bem maior, não podemos fazer com que essas pessoas também fiquem
prejudicadas. Então, sobre a questão de Ipanema, sobre o remanejo desses
lotações que foram para a Av. Edgar Pires de Castro, para aquela região toda da
Hípica: ali, há uma demanda e uma necessidade muito grande de transporte. Mais
uma vez, quero dizer que a sua luta é justa, mas também aquela outra região
necessita desse tipo de transporte que hoje está lá. Nós colocamos à disposição
a nossa Bancada. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem, eu devolvo a palavra ao Sr. Luiz Eurico
da Silva Boeira, que está representando os moradores que estão sofrendo com
essa mudança, para que faça os comentários ou mesmo a retomada de pontos
O SR. LUIZ
EURICO DA SILVA BOEIRA: Com referência às reivindicações, nós não estamos
reivindicando lotações; nós queremos que o que era nosso retorne para nós,
então tem uma diferença. Se há bairros novos que estão pedindo transporte,
seria injusto retirar de quem o tem. Então, nós não estamos aqui pedindo: nós
queremos que retorne o serviço que estava sendo feito há mais de 20 anos e vinha
sendo muito bem-feito.
Com referência à questão que o Nedel falou, sobre o
intervalo de 25 minutos ou 30 minutos, é muito tempo. Inicialmente, nós
tínhamos nove lotações: retiraram seis, ficaram três para o Jardim Isabel;
depois, estenderam as três do Jardim Isabel para atender Ipanema. O que ocorre
hoje? O lotação que vem de Ipanema chega no Jardim Isabel lotado, as pessoas
ficam na rua esperando. Então, o serviço não pode ter meia hora de intervalo, o
tempo tem que ser menor, e isso fez com que o serviço perdesse a credibilidade.
Com referência a essa questão de utilização, de
rentabilidade, acho que não compete à Associação entrar nesse detalhe. Agora, o
que se sabe é que esse serviço de lotação dá uma grande rentabilidade para o
seu dono, gera bastante lucro. Eu sou contador e até desafio... Se me pedirem
para fazer uma perícia na contabilidade de uma empresa dessas aí, eu tenho
certeza de que eles ganham bastante com isso.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós já temos aqui, Luiz, uma Comissão inteira
envolvida; a CUTHAB está envolvida, vários Vereadores estão envolvidos, a EPTC
já veio dar explicação. O que eu sugiro é que nós enviemos essas notas
taquigráficas ao Prefeito Municipal. Acho que os Vereadores estão reforçando
uma pauta mais do que justa. Não é possível que, quando a Cidade está gritando
pela extensão do lotação, onde havia e funcionava muito bem há muito tempo,
simplesmente se reduza para equilibrar lucros. Acho que o sistema de
transporte, Ver. Dib – que é um especialista e diz que já andou de ônibus –,
precisa priorizar as necessidades dos moradores. O que estamos vendo não é
isso, e a fiscalização do Governo sobre o tema tem que ser muito maior.
Então, nós vamos enviar as notas taquigráficas ao
Prefeito Municipal, com a inconformidade já expressa sobre esses horários, Ver.
Nedel, porque o que eu entendi é que vocês tinham o lotação de sete em sete
minutos.
O SR. LUIZ
EURICO DA SILVA BOEIRA: Só que foi acordado enquanto não houver a decisão
do Ministério Público, porque as três camionetes, hoje, não nos atendem. Se
alguém tiver alguma dúvida, é só, na quinta-feira, pegar o lotação das 7 horas
da manhã e vai ver que ela vai encher em Ipanema, vai passar pelo bairro Jardim
Isabel, e o motorista fazendo assim no vidro [sinaliza que não há lugar], e as
pessoas todas lá buscando táxi, buscando os seus carros ou pedindo carona. E
era um serviço que nós tínhamos há mais de vinte anos.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Então, não é um acordo que contemplou a comunidade,
Ver. Garcia. A gente sabe do seu esforço, mas a situação está ainda inconforme.
Está tudo registrado, nós queremos lhe agradecer,
nós vamos noticiar ao Prefeito; ficou aqui franqueada, inclusive, nova reunião
na CUTHAB, se eu entendi – não é, Ver. Pedro Ruas? Ficou franqueada para voltar
para cá com a presença dos moradores e da EPTC, na CUTHAB. Então, fica esse
encaminhamento também, e o Dr. Luiz já poderia agendar com o Presidente da
CUTHAB e com os Vereadores envolvidos, para a gente dar uma resposta para esse
Bairro, que vai perder algo que nós queremos estender a todos – não podemos
aceitar que se faça a política do “cobertor curto”.
Então, encerro este momento da Tribuna da Popular
com esses encaminhamentos. (Pausa.)
Ver. Engenheiro Comassetto, acredito que a solicitação é para alteração da ordem. Apenas queria dar algum encaminhamento em relação à Vila Mapa. Verª
Maristela,
Ver. Pedro Ruas, porque, agora, nós vamos realizar uma homenagem. Então, eu
queria que nós nos organizássemos para alguns Vereadores receberem a
comunidade. Pergunto ao Líder do Governo se fez algum contato com o DEMHAB no
sentido de que ele venha aqui fazer uma reunião com esta comunidade.
O SR. PEDRO
RUAS: Eu me ofereço para fazer o recebimento, com V. Exª ou em seu nome. E
pergunto se podemos utilizar o Salão Nobre para recebermos a comunidade.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Com certeza. Então, eu gostaria que V. Exª fosse
encaminhando uma reunião, para eu poder receber aqui o Comando da Brigada
Militar.
O SR. PEDRO
RUAS: Com certeza; faço isso já.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Pergunto se outros Líderes poderiam acompanhar, e
nos dividiríamos este momento, porque acho que é um drama muito importante que
esta Câmara não deixará de acolher e dar encaminhamento.
O SR. PEDRO
RUAS: São 53 famílias, com o despejo, desde a manhã, sem ordem judicial.
Então, de fato, agradeço a V. Exª e, neste momento, me desloco para o Salão
Nobre Dilamar Machado.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vereador Elói, a sua Bancada poderia contatar com o
Secretário Goulart, do DEMHAB. O Ver. DJ Cassiá também se encontra aqui, a quem
passo a palavra.
O SR. DJ
CASSIÁ: Eu estava falando com o nosso Líder do Governo – eu sou Vice-Líder do
Governo e Vice-Presidente desta Casa – de que nós ainda não sabemos de quem é a
área, e nós só podemos começar qualquer tipo de tratativa no momento em que
soubermos de quem é a área. Então, acho que o correto mesmo é fazer com que
alguns Vereadores recebam os moradores agora, para ficarmos a par de quem é a área
e podermos dar o início às tratativas.
Eu estou me colocando à disposição para acompanhar
os moradores.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu agradeço muito. O Ver. DJ Cassiá,
Vice-Presidente da Casa, acompanha o Presidente da Comissão de Habitação –
pergunto se há mais algum Vereador que possa acompanhá-los –, para podermos
entender bem o problema e acertarmos o encaminhamento.
Apregoo as representações externas do Ver.
Reginaldo Pujol e do Ver. Carlos Todeschini na cerimônia da entrega de 300 unidades
habitacionais do Residencial Repouso do Guerreiro, que faz parte do Programa
Minha Casa, Minha Vida, a realizar-se na data de hoje, às 14h30min, no bairro
Restinga.
Em votação o Requerimento de inversão da ordem dos
trabalhos, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, solicitando que hoje o
período de Comunicações anteceda o período Grande Expediente, para que possamos
proceder à homenagem ao 174º aniversário da Brigada Militar do Rio Grande do
Sul, nos termos do Requerimento nº 037/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Passamos às
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Convido a compor a Mesa para a homenagem pelo
transcurso do 174º aniversário da Brigada Militar do Rio Grande do Sul o Sr.
Airton Michels, Secretário Estadual de Segurança Pública, representando o
Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Tarso Genro; o Cel. Altair de
Freitas Cunha, Subcomandante da Brigada Militar; o Sr. Juarez Pinheiro,
Secretário Estadual de Segurança Pública Adjunto, nosso sempre querido
Vereador; o Sr. Geraldo Anastácio Brandeburski, Presidente do Tribunal de
Justiça Militar do Rio Grande do Sul; o Tenente Paulo Rogoski, Assessor
Institucional, representando a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Neste momento, convidamos os presentes para
cantarem o Hino Nacional, que será executado pela Banda de Música da
Ajudância-Geral da Brigada Militar, conduzida pelo Primeiro-Tenente Zonir
Menezes.
(Executa-se o
Hino Nacional.)
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): Registro as nobres presenças dos que prestigiam esta
homenagem: Cel. João Fritz, Corregedor-Geral da Brigada Militar; Sr. Darci
Juarez de Campos Homem, Presidente do Sindicato dos Servidores Civis da Brigada
Militar; Sr. Gelson Treiesleben, Superintendente da Susepe, o qual convido para
compor a Mesa conosco; Major
Alexandre Beiser, Comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar; Coronel
Leonel Andrade, Diretor do Departamento de Informática da Brigada Militar;
Coronel Atamar Cabreira, Comandante de Policiamento da Capital da Brigada
Militar. Todos poderiam estar aqui à Mesa, porque são homenageados, mas eu
gostaria de convidar o Coronel Atamar Cabreira para compor a Mesa conosco, por
favor. Estamos muito orgulhosos com as ações que o Comando de Policiamento da
Capital está fazendo em Porto Alegre. Sr. Coronel Eduardo Merelo, Diretor do
Departamento Administrativo da Brigada Militar; Sr. Adelto Rohr, representante
do Detran/RS; Sr. Bernardo Trojan, representando o Deputado Adão Villaverde;
Soldado Leonel Lucas, Presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes
Filho. Muito obrigada pela presença de todos vocês.
Farei a leitura da mensagem do nosso Deputado Adão
Villaverde, Presidente da Assembleia Legislativa, que está aqui representado,
mas justificou sua ausência por escrito, em razão de agenda parlamentar em
Santiago, acompanhando a cerimônia fúnebre de despedida do Deputado Chicão
Gorski: “Não poderei compartilhar, como gostaria, da importante iniciativa de
homenagear os 174 anos da nossa gloriosa Brigada Militar na Câmara de
Vereadores. Receba e transmita ao Ver. Comassetto, aos Comandantes, oficiais,
soldados e familiares dessa imprescindível instituição os meus mais sinceros
votos de felicidades e prosperidade, e a todos que contribuem para construir a
organização que tanto orgulha os gaúchos”.
O Ver. Engenheiro Comassetto, proponente da
homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sra Presidente, Sofia Cavedon, em seu
nome e em nome dos 36 vereadores desta Casa, quero dizer que nos sentimos muito
honrados e muito gratos por aqui estarmos prestando esta homenagem pelos 174
anos da Brigada Militar. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Gostaria de iniciar esta fala justamente me referindo, num primeiro momento, ao
Secretário Airton Michels, que tem um papel fundamental na sociedade gaúcha; um
papel e uma representação não só estratégico como fundamental no Governo do
Estado. Todos nós sabemos que o tema da Segurança é um compromisso de toda a
sociedade gaúcha, e este Parlamento está irmanado com o senhor na implantação
dos três principais eixos que o senhor vem coordenando com toda a equipe no
Programa Estadual da Segurança Cidadã, porque se nós não tivermos a sociedade
imbuída, coesa, junto aos órgãos de Segurança, a criminalidade nos vence, e
isso não poderá acontecer e não acontecerá.
O segundo eixo é a revisão do sistema prisional.
Gelson, coordenador da Susepe aqui presente, nós sabemos que as nossas prisões
não podem continuar no modelo que estão, e esse compromisso que a sua equipe
tem de reestruturar, reformular, fazendo com que sejam realmente uma estrutura
de recuperação, é um papel e um dever da nossa sociedade.
Por último, esse tema que é a integração das forças
de Segurança pública, tão badalado, tão batido, tão discutido, pelo menos nas
últimas três décadas em que acompanho esse debate mais de perto, mas nunca
conseguimos efetivar. Portanto, colegas Vereadores, esta é uma agenda em que
tem que haver a complementariedade e a integração.
Para isso, nossa gloriosa Brigada Militar, que está
completando 174 anos, tem uma longa história. Vou relatar agora o motivo da
nossa homenagem. Nossa proposta em fazer esta homenagem de hoje tem fundamentos
muito claros. Comemoramos, no dia 18 de novembro, os 174 anos da nossa Brigada
Militar, e essa data comemorativa nos leva a uma homenagem justa e merecida.
Falamos aqui de um órgão que garante a realização efetiva daquilo que nós, aqui
no Legislativo, em cumprimento ao nosso dever com as demandas da sociedade,
instituímos na legislação brasileira.
Além de assegurar o cumprimento da lei, a
manutenção da ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, bem
como o exercício dos poderes constituídos, a Brigada Militar como um todo,
também através do seu Corpo de Bombeiros, realiza um trabalho digno de pessoas
heroicas, que garante segurança à sociedade na prevenção e combate a incêndios,
nas buscas e salvamentos, e na execução de atividades de defesa civil.
Frente a isso, perguntamo-nos: poderíamos ter uma
dimensão da importância dessa corporação para a sociedade? Não podemos.
Definitivamente, não se pode colocar em medidas exatas o valor de um órgão que
garante a tranquilidade às nossas famílias em uma época em que não temos
direito sequer a permanecer nas calçadas de nossas casas sem o temor de sofrer
violência.
Como se não bastasse o trabalho diário na garantia
da segurança que a Brigada Militar assegura, temos ainda as partes competentes
na execução de projetos de estudos e pesquisas para o desenvolvimento da
Segurança pública, e, logicamente, a competência também das Forças Armadas, a
polícia ostensiva, planejada pela autoridade policial militar competente, no
que diz respeito à segurança no trânsito de nossas cidades que sofrem hoje um boom de veículos e depende também da
Brigada Militar para garantir um trânsito seguro ainda que caótico em sua
quantidade de veículos.
Sem falar, é claro, na atuação repressiva e
absolutamente necessária da Brigada em casos de perturbação da ordem pública e
no gerenciamento técnico de situações de alto risco, bem como a proteção
ambiental, a guarda de estabelecimentos prisionais, as investigações criminais
que garantem o cumprimento da justiça e a fiscalização constante. Enfim, as
funções da nossa Brigada Militar são dignas de pessoas heroicas, e cada uma
delas, que compete a nossa segurança civil, são dignas da homenagem que hoje
aqui concedemos.
O nosso Comandante-Geral da Brigada Militar,
Coronel Sérgio Roberto de Abreu, em nota, afirmou: ‘Dia 12 de novembro, data
para homenagear aqueles que fazem nossa Brigada Militar e nos legam todo este
patrimônio moral e icônico que é a nossa Corporação... Notem [salienta ele] o
uso dos verbos fazer e legar no presente e não passado, por um motivo
preponderante e por muitos não considerado: o reservista e o reformado da
Brigada Militar frequentemente não se desliga da Corporação, permanecendo junto
a ela, como legionário da reserva altiva, ou seja, ainda ativo e colaborador,
embora em outra esfera de voluntariosa atuação, mas sempre presente e atuante’.
É a essa atuação constante, a esse trabalho
presente que dirigimos hoje a nossa homenagem. Um imenso parabéns a todos os
trabalhadores da Segurança aqui presentes por este trabalho glorioso da nossa
querida Brigada Militar. Um grande parabéns a nossa querida Brigada Militar
pela determinação em zelar pela nossa garantia, hoje tão ameaçada.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Comassetto, o nosso cumprimento às autoridades nominadas, em nome
da Bancada do PSD, do Ver. Tarciso Flecha Negra, do Ver. Nelcir Tessaro e deste
Vereador, venho cumprimentar toda a família brigadiana, e lembrar que nos idos
de 1837, com o retorno de Bento Gonçalves para o Rio Grande, nascia essa corporação
que, salvo o respeito a outras entidades, é uma das que tem mais credibilidade.
E aquele fato ocorrido no Rio de Janeiro, Comandantes, serve como exemplo a
todos nós. Aliás, a Polícia, no Rio Grande do Sul, também é exemplo para o
Brasil. Aquele acontecimento no Rio de Janeiro enobrece os militares, os
oficiais, os cabos e soldados, e a Polícia Civil, também lá do Rio de Janeiro.
E para lembrar, quero fazer o registro quanto aos salários lamentáveis que são
pagos, aqui no Rio Grande do Sul, na Polícia Civil, aos nossos oficiais e aos
Delegados de Polícia. Parabéns a todos os senhores.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo.
O Sr. Toni
Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto,
quero cumprimentá-lo pela iniciativa; Presidente, permita que eu cumprimente a
Mesa, cumprimentando o Secretário Airton Michels e o Tenente-Coronel Altair de
Freitas Cunha. Ver. Comassetto, V. Exª indagava, no seu pronunciamento, como
reconhecer o trabalho da Brigada: é fácil, pergunte a qualquer um que estiver
em apuros no Rio Grande do Sul qual é a primeira manifestação que ele tem.
Chama a Brigada, seja por um incêndio, seja para um salvamento, ou para
segurança. Esta é a grande homenagem que o povo do Rio Grande presta a esta
instituição com 174 anos; justa homenagem, diga-se de passagem. Parabéns pela
iniciativa, parabéns a toda Brigada Militar. (Palmas.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Toni Proença.
O Sr. Dr. Raul
Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, em
nome da nossa Bancada do PMDB, queremos nos somar a esta homenagem tão digna e
tão importante aos 174 anos da nossa Brigada, cumprimentando todos os agentes
de segurança aqui presentes, que nos deixam viver um pouco melhor nesses dias
tão difíceis, nesta sociedade tão atribulada que nós vivemos. Nós sabemos que
as coisas não são fáceis e a segurança é um exemplo disso. Eu, inclusive, sou
daquelas pessoas que acham que o Município também deve dispor de força de
segurança, e que isso deve ser constitucionalmente revisto. Mas essa é uma
questão que não cabe no momento. Quero deixar um grande abraço a todos, muito
especialmente a essas pessoas, mais de 22 mil homens e mulheres que trabalham
nos quadros da nossa Brigada Militar, e que, no dia a dia, estão 24 horas para
prover a sociedade de uma segurança cada vez melhor; que possam viver com
dignidade, assim como toda a sociedade de que nós fazemos parte. Muito
obrigado. (Palmas.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Obrigado, Ver. Dr. Raul.
O Sr. Mauro
Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Engenheiro
Comassetto, primeiro, quero parabenizá-lo, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, pela brilhante iniciativa; parabenizo e agradeço a Brigada
Militar pelos 174 anos nos dando segurança, nos trazendo mais condições para
que possamos viver com tranquilidade no Rio Grande do Sul, pelo seu belo
trabalho executado 24 horas por dia, nesses 174 anos. Como outros Vereadores
falaram aqui, é aquela primeira instituição que lembramos quando temos algum
problema, ligamos para o número 190 que a Brigada vem e nos ajuda a resolver.
Também quero parabenizar o nosso Secretário de Segurança, junto com o seu
Adjunto, Juarez Pinheiro, por esse brilhante trabalho que tem feito com o
Projeto RS na Paz, no Rio Grande do Sul e, com certeza, com o apoio da Brigada
Militar, pois sem a nossa briosa Brigada Militar isso não seria possível. Muito
obrigado pela existência de vocês, e que possamos, muitos e muitos anos,
comemorar juntos o aniversário da Brigada Militar, nos trazendo paz e
segurança. Muito obrigado por todo esse apoio que a gente sempre recebe da
Brigada. (Palmas.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Mauro Pinheiro.
E, para concluir a minha fala em homenagem à
Brigada Militar, quero ainda ressaltar uma referência que não posso deixar de
fazer aqui ao Coronel Massot, Patrono da Brigada Militar, que inclusive leva o
nome de uma rua importante na Zona Sul da cidade de Porto Alegre. A Brigada
Militar presta esse serviço excelente à sociedade rio-grandense e também fez e
faz história. Neste ano, nós estamos comemorando também os 50 anos da
Legalidade, e, naquele momento, a Brigada Militar teve uma presença e uma
postura político-constitucional muito firme e muito forte, garantindo a nossa
Constituição através desse Movimento em que o Rio Grande do Sul foi
protagonista.
Portanto, concluo, dizendo que, em nome de todos os
nossos colegas Vereadoras e Vereadores, nós só temos uma frase a dizer neste
momento: muito trabalho, muita firmeza e muito respeito da sociedade. É isso
que nós pregamos e queremos. Vida longa à Brigada Militar! Um grande abraço.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registro a presença da Maria José Diniz, Delegada
da Penitenciária da Mulher, da Susepe. Maria José, que prazer! Por favor,
componha a Mesa dos trabalhos conosco, para mostrar que a Brigada Militar tem
mulheres valorosas. A Maria José nos orgulha pelo trabalho que tem feito junto
aos presídios; eu quero compartilhar, com o conjunto dos Vereadores, Maria
José, a participação das mulheres presidiárias na Conferência Estadual da
Mulher, os debates internos sobre os presídios e a representação na
culminância.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) A Brigada
Militar, que atua desde 1837, teve o seu nascimento e o seu batismo de fogo na
Revolução Farroupilha e, durante os acontecimentos da Revolução Farroupilha,
teve o seu papel e os demais papéis que lhe corresponderam ao curso da
História: Proclamação da República, Revolução de 30, a Legalidade, e por aí
vai. Então, a Brigada Militar, no contexto da Federação Brasileira, tem,
Secretário Substituto Juarez Pinheiro, um papel singular na composição da
segurança do País.
Portanto, trata-se
aqui de uma homenagem de Estado à Brigada Militar; uma homenagem marcante,
quando essa Força completa 174 anos. Desde aquele tempo até esta data, ela
incorpora esse papel de polícia, de Segurança pública, e as gerações acompanham
o papel relevantíssimo da Brigada Militar. A Brigada Militar é o Estado gaúcho,
o Estado rio-grandense fardado. Se examinarmos a história recente da Brigada
Militar, veremos que ela é ininterrupta durante a noite e o dia. Já tivemos
episódios, ao longo da história recente, em que, não fora a Brigada Militar,
não sei para aonde iríamos. Mas a Brigada Militar está presente sempre, é
permanente com a sua estrutura, e com a sua atuação tem marcado a história
gaúcha.
Portanto, queremos, em nome do PTB – Partido
Trabalhista Brasileiro – saudar a Brigada Militar e dizer que o seu papel é
fundamental para o Estado do Rio Grande do Sul no enfrentamento das mais
diferentes questões, pelo seu papel, pela sua ação e, vez por outra, e não tão
raro, pagando o tributo de sangue por garantir a segurança da sociedade
rio-grandense. Portanto, senhores brigadianos, Direção, Lideranças, Comandantes,
a nossa homenagem, o nosso agradecimento, o agradecimento da cidade de Porto
Alegre quando a Brigada Militar completa 174 anos de luta, de vivência
democrática na defesa da segurança do Estado do Rio Grande do Sul. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Comunicações, e depois prossegue em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
João Antonio Dib.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Além da minha
Bancada, do Partido Progressista, falo também em nome do PPS e do PSB, do Ver.
Airto Ferronato. O sucesso do filme Tropa de Elite, desde que foi lançado – e
que atualmente está sendo apresentado em forma de seriado pela TV –, aconteceu
especialmente pelo fato de que a trama compõe, como se fosse uma só coisa, a
triste realidade do mundo do crime e a ficção em torno do seu combate.
Vamos
falar especificamente do Rio Grande do Sul. O crime assumiu por aqui dimensões
assustadoras. Sabemos que está sendo combatido arduamente. Mas basta haver o
emprego de força para a detenção de um criminoso ou para a captura de um
foragido da justiça para que logo venham críticas à ação da polícia em defesa
do cidadão detido.
Eu
mesmo já ouvi queixas de soldados da Brigada Militar sobre a desmoralização de
que se sentem vítimas quando, após prenderem alguém em flagrante delito, veem o
criminoso sair livre da delegacia fruto de algum recurso legal, antes mesmo de
o policial militar ter voltado ao seu posto de trabalho.
A
flexibilidade das leis, a tibieza de muitos de seus aplicadores e a corrupção
que permeia as instituições são os grandes responsáveis por situações como
essas: bandidos à solta e famílias obrigadas à reclusão com grades, em
flagrante inversão de posições.
A
população se sente, então, desamparada, desprovida do legítimo direito de ir e
vir e incapaz de obter solução para tão grave problema.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João
Carlos Nedel, eu só vou solicitar a V. Exª que também fale em nome do nosso
Partido, o PSDB. Eu também aproveito a oportunidade para cumprimentar os
integrantes da Mesa e principalmente o meu amigo Juarez Pinheiro, porque,
afinal de contas, por muito tempo nós realizamos grandes debates nesta Câmara
Municipal, e eu fico feliz com a sua presença aqui. Sei que V. Exª e o Dr.
Michels têm uma missão bastante difícil, que é fazer com que as pessoas da área
de Segurança pública tenham um pouco mais de satisfação para fazer o seu
trabalho. Obrigado.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. Luiz Braz.
A existência de tropas de
elite não é um mal por si só, mas é, isto sim, um sintoma de um mal maior que
nos aflige. Mas aqui nós temos a Brigada Militar.
No próximo dia 18, a
Brigada Militar irá completar 174 anos de existência, período em que tem visto
sucederem-se, no Rio Grande e no Brasil, governos e governantes de diferentes
matizes ideológicas, alguns dos quais inclusive lhe ameaçaram a natureza
organizacional, a finalidade, a estrutura e a própria existência.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João
Carlos Nedel, saúdo as autoridades presentes. E posso, com tranquilidade, afirmar
que ninguém neste plenário acompanha a Brigada Militar há mais tempo do que eu.
Eu posso dizer que acompanhei os últimos 74 anos, com tranquilidade.
Eu era menino, em Caxias, e me lembro da
disciplina, da beleza do trabalho daqueles poucos homens que havia em Caxias do
Sul. Mas, nos últimos 54 anos, aí eu preciso dizer que a minha admiração
aumentou. Mas eu também preciso agradecer publicamente pelo quanto a Brigada
Militar me auxiliou na minha atividade, principalmente na Secretaria Municipal
de Transportes, depois na Secretaria de Obras, depois também como Prefeito,
sempre atendendo às necessidades da coletividade; sempre disposta. São homens
que realmente se doam, que trabalham com o coração, porque, com o salário baixo
que recebem, não podem fazer nada mais a não ser alma, alma, alma, para que a
população tenha um pouco mais de segurança.
À Brigada Militar, nos seus 174 anos, meus
cumprimentos!
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Obrigado, Ver. João Antonio Dib.
Eu quero dar a minha
opinião pessoal. Eu percebo um claro movimento, um claro esforço
no sentido do enfraquecimento da
nossa Brigada Militar, especialmente em dois pontos que acho básicos: a
desmilitarização da Brigada e também o seu fracionamento, separando-a do Corpo
de Bombeiros. Na minha opinião, são dois pontos que não podem, de maneira
alguma, ser admitidos e muito menos levados avante, sequer como ideias. A
Brigada deve continuar policial e militar, e o Corpo de Bombeiros deve
continuar a integrá-la.
Além
disso, senhoras e senhores, precisamos dialogar sobre os baixos salários que
são incompatíveis com a missão que a Brigada Militar exerce. Sou ligado à
Brigada Militar há muitos anos, sou admirador de sua história, sou defensor de
suas prerrogativas constitucionais e, mais do que tudo, tenho, na Brigada
Militar, uma das mais autênticas e necessárias instituições gaúchas, sem
paralelo no Brasil.
Tenho
a honra, Ver. Comassetto, ilustre proponente desta homenagem, e já o
cumprimento por isso, de ser amigo de muitos oficiais da Brigada Militar, entre
os quais ex-comandantes-gerais, inclusive o atual Capelão da nossa Brigada, o
Padre João Tadeu da Silva, que é pároco lá da minha paróquia, Nossa Senhora da
Piedade. E vejo aqui alguns queridos amigos brigadianos com quem convivo
particularmente, como o Tenente-Coronel Astor Cordeiro, que aqui está, e o
Primeiro-Sargento Juarez Bastos, também aqui presente, e inclusive o meu Chefe
de Gabinete, o Walton Carpes, que é Oficial da Reserva da Brigada.
O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, eu queria me somar, em nome da
Bancada do PDT, do Ver. Mario Fraga, Ver. Mauro Zacher, Ver. Luciano
Marcantônio, nesta comemoração do aniversário dos 174 anos da Brigada Militar.
Eu sou um legítimo filho de brigadiano, o meu pai deve estar certamente nos
ouvindo, e nos ouve toda a tarde pela TVCâmara, o Luis Carlos Duarte, foi
coordenador por bastante tempo, do CFO, o Curso de Formação de Oficiais; foi
quando eu tive a oportunidade de nascer, isso em 1972. Então, eu fui criado
dentro do regimento e dentro das normas da Brigada. Certamente, isso contribuiu
muito positivamente para a minha formação. Muito obrigado, Ver. Nedel.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Obrigado, Ver. Dr. Thiago Duarte.
É,
pois, nessa convivência, meus amigos Astor Cordeiro e Juarez Bastos, que me
mantenho em dia com tudo que diz respeito à Brigada, que, nessa caminhada de
174 anos, enfrentou muitas vicissitudes, a tudo sobrevivendo, sem jamais se
afastar do reto caminho, registrando, em sua história, páginas antológicas de
dedicação, de esforço, de superação e de heroísmo.
Graças a Deus, a Brigada Militar é diferenciada também em sua tropa de
elite, elite de verdade, que é a Força inteira, capaz de realizar o seu
trabalho, de alta qualificação, sem precisar apelar para métodos ilegais e, ao
mesmo tempo, ela inspira confiança na população e dela recebe o apoio e
reconhecimento.
Esta homenagem que o povo de Porto Alegre, por meio da proposição do
Ver. Engenheiro Comassetto e de todos os representantes desta Casa, presta à
Brigada Militar é de louvor, sim, mas é também um reconhecimento pelos tantos e
excelentes serviços que a Brigada presta à nossa gente. Mais do que uma
homenagem, Ver. Dib, é uma gratidão, que se estende a cada um dos seus
componentes, desde o Comandante-Geral até o mais simples PM, aos que trabalham
nas cidades e no campo, aos que trabalham na administração, no planejamento e
no controle das atividades, lembrando ainda aqueles que dedicaram suas vidas ao
serviço do povo e hoje desfrutam da justa e merecida aposentadoria.
Destaco ainda, Srª
Presidente, e homenageio de modo especial, aqueles brigadianos que, no
cumprimento do dever, foram mortos ou inutilizados para a vida profissional,
muitas vezes deixando mulher e filhos em dificílima situação de vida, sem se
verem apoiados por quaisquer organizações especializadas, em visível contraste
com o que frequentemente acontece quando as vítimas são assaltantes,
terroristas e outros bandidos do mesmo gênero.
Parabéns à nossa
Brigada Militar e brigadianos de todos os postos e graduações. Temos muito
orgulho da nossa Brigada Militar, que é tão grande quanto o Rio Grande. E temos
orgulho dos brigadianos, que são – como o diz o Ver. Elói Guimarães – o povo
gaúcho fardado.
Que Deus continue
abençoando todos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Convido o Ver.
Engenheiro Comassetto para fazer a entrega do Diploma alusivo a esta homenagem,
ao Sr. Subcomandante da Brigada Militar, Coronel Altair de Freitas Cunha e a
todas as autoridades aqui presentes.
(Procede-se à entrega
do Diploma.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Sr. Altair de Freitas Cunha
está com a palavra, para que se manifeste em nome da instituição homenageada.
O SR. ALTAIR
DE FREITAS CUNHA: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu também gostaria de saudar
o Ver. Engenheiro Comassetto, digno proponente desta homenagem e, em nome da
Brigada Militar, primeiro, fazer uma reposição histórica da Corporação nesses
174 anos de existência.
Essa Corporação nasceu em plena Revolução
Farroupilha, como já falou o nosso Ver. Elói Guimarães, mas num momento
extremamente delicado da novel monarquia brasileira; foi no chamado Período
Regencial, em que o rei, ainda menino, era substituído pela Regência; bem no
período em que o Padre Feijó renunciou à Regência, assumindo Pedro Araújo Lima,
em 1837, era um período extremamente conturbado do Império.
Havia várias revoluções, não só a Farroupilha, mas também no Pará, no Maranhão
e uma na Bahia, que, inclusive, proclamou a independência da Bahia. E foi nesse
período que surgiu a maioria das forças públicas de segurança deste País, tendo
como base a Guarda Real do Rio de Janeiro, que foi fundada – e é mais antiga de
todas – em 1809, com a chegada da Família Real ao Brasil, tendo em vista que,
antes da chegada da Família Real ao Brasil, não existia força pública de
segurança pública estruturada na Colônia. Com a chegada de Dom João, houve a
necessidade, e parte do Exército fez uma divisão militar da Guarda Real do Rio
de Janeiro. Então, a origem mais remota da nossa Corporação tem como matriz a
Polícia Militar do Rio de Janeiro.
A Brigada Militar
iniciou, então, em 1837, como força policial, e seguiu através dos tempos.
Trocou de denominação, chegando a Corpo Policial, em 1841.
Agora, algumas
peculiaridades históricas. Na Guerra do Paraguai, em 1864, todo o corpo
militar, todo o corpo policial da época foi para a Guerra do Paraguai. Não
ficou ninguém aqui. A Brigada compôs o chamado 9º Batalhão Voluntários da
Pátria, que seriam os contingentes de Voluntários da Pátria que trabalharam e
que apoiaram o Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai, chegando, então, com
a proclamação da República, em 1889, a assumir, num breve período de três anos,
vários nomes, como Brigada Policial, Guarda Cívica e, em 15 de outubro de 1892,
adquire o nome definitivo de Brigada Militar.
No período
pós-monárquico, vejam só, o Decreto que criou a Brigada dizia, no art. 1º, que
a missão da Brigada era manter os ideais republicanos.
Aqui até faço uma
reposição histórica de muita justiça, porque Dom Pedro II é massacrado pela
história do Brasil. Mas Dom Pedro, que assumiu o segundo reinado com 18 anos,
em 1840, ele conseguiu pacificar o Império. Naqueles quase seis anos de
reinado, ele foi um político hábil, um grande administrador da Nação brasileira
e foi um exemplo de vida pública. Os nossos livros pouco falam de Dom Pedro II
e, quando falam, até falam coisas jocosas, chamando-o de gordo, referem-se aos
bailes da corte, como se isso fosse um crime. O único crime dele era fazer os
bailes da corte, que era uma coisa normal da época. Além disso, ele era um
homem muito bondoso, muito querido pelos brasileiros, tanto que nós temos
exemplos; aqui em Porto Alegre, nós temos uma doação feita com estipêndios
próprios de Dom Pedro, que é o Asilo Padre Cacique, feito com o dinheiro que
Dom Pedro II doou para a comunidade, tanta era a preocupação social ele tinha;
foi um homem extremamente caridoso.
Na Proclamação da República, ele poderia ter
resistido; ele não quis resistir porque ele não quis ver os irmãos dele
derramando sangue. Foi para o exílio e abriu mão, inclusive, do dinheiro que
queriam depositar para ele por mês; ele não quis receber. Esse é só um resgate
histórico.
Então, a Brigada tinha esse condão de manter os
ideais republicanos e sufocar qualquer resquício, qualquer caldo que ficasse de
paixão pela monarquia.
No período pós-monárquico, nós temos os embates da
Revolução Federalista, que foi uma revolução extremamente sangrenta, de degola,
que foi a luta de Borges de Medeiros com Assis Brasil; temos, em 1930, o apoio
a Vargas; e, em 1932, uma luta emblemática para a Corporação e para o Estado,
que foi a Revolução Constitucionalista, que visava manter Vargas, quando
pereceu nos campos de São Paulo, na Batalha de Buri, um dos expoentes da
Brigada, que é o Tenente-Coronel Aparício Gonçalves Borges.
Aqui, uma peculiaridade: hoje ainda está vivo o
filho do Coronel Aparício Borges, que é Coronel Geraldo Coimbra Borges, que
ficou na porta do trem, com 9 anos, juntamente com as irmãs de 6 e de 5 anos.
Quando o Cel. Aparício Borges recebeu ordem para embarcar com o contingente
dele para São Paulo, fazia um mês que a esposa dele tinha morrido, e ele tinha
ficado sozinho com três filhos pequenos. O Governador chamou-o e deu ordem para
que ele embarcasse para São Paulo; e ele embarcou; espalhou os filhos com os
tios, tanto que o Cel. Aparício Borges foi criado pelos tios, sem conhecer a
mãe e sem conviver com o pai.
Estou repondo esta história para lembrar que o
sangue dos brigadianos e brigadianas foi não só em prol do Estado do Rio Grande
do Sul, mas também pela consolidação da República. Talvez tenha sido o primeiro
movimento de manutenção de um Presidente gaúcho no poder; o segundo foi com a
Legalidade, para garantir a posse de João Goulart. Segue-se, com a Batalha de
Buri.
Em 1935, nós temos um fato marcante, que foi uma
Lei Autorizativa, que autorizou a Brigada Militar a conveniar com os Municípios
para fazer o serviço de bombeiros. Foi aí que começou, não a encampação, como
se diz, era voluntário; então os Municípios começaram a passar os bombeiros
para a Brigada Militar, começou por Porto Alegre, depois passou para Pelotas. E
por que passou por Pelotas? Até os bombeiros queriam, porque os bombeiros, via
de regra, ficavam como esvaziadores de latrina, e, não raras vezes, quando eles
eram chamados, estavam fazendo outros trabalhos municipais, porque eram usados
para todo o tipo de serviço. Para profissionalizar e garantir a eficiência do
serviço, a Brigada começou a encampar, e os Municípios começaram a forçar a
passagem deles para a Brigada Militar. Foi assim que começou o embrião do Corpo
de Bombeiros da Brigada Militar, em 1935, nos 100 anos da Revolução Farroupilha.
Nas décadas de 1940 e 1950, nós começamos, então, o
policiamento. Em 1961, nós tivemos a Legalidade. Foi com a Constituição de 1967
que passou, definitivamente, a missão do policiamento ostensivo para a Brigada
Militar.
Vejam só, a atividade de bombeiro é a mais antiga
da Brigada, porque a Brigada era uma força pública, era um miniexército, era
uma força de estado, que defendia a instituição pública que detinha o poder
naquele momento.
Então, a Constituição de 1967, com Emenda de 69 e
mais o Decreto nº 667, deu o policiamento ostensivo. E as Polícias Militares
absorveram as Guardas Municipais; e a Polícia Rodoviária, que era do DAER,
passou a integrar a Brigada Militar.
O termo polícia militar, que se dizia ter surgido
com a ditadura, não foi. Na verdade, ele surgiu com a Constituição de 1947,
quando Vargas colocou na Constituição do Estado Novo, pela primeira vez, o
termo polícia militar. Existia como força pública, como corpo policial; cada
Estado tinha uma denominação. Efetivamente, essas denominações começaram a
mudar a partir da II Guerra, quando foram reestruturadas. Em 1946, as forças
públicas dos outros Estados começaram a passar para polícia militar. Então,
Vargas não só unificou o Brasil, unificou os Estados, mas ele tirou um pouco do
poder dos Estados, terminou com o hino, queimou bandeira, etc., como desarmou
as forças públicas, que eram um miniexército. As forças públicas eram
superiores ao Exército, tanto que a Brigada tinha até aviação de observação. E
Vargas, na Constituição, além de trocar o nome para polícia militar, mandou
recolher todo o armamento pesado: canhões e morteiros foram recolhidos nas
polícias militares e entregues ao Exército, porque ele desarmou os Estados,
evitando até brigas, como aconteceu na Guerra do Contestado. Então, faço esta
inserção histórica.
Modernamente, com a Constituição de 1988, as
polícias foram se consolidando no processo de força comunitária, elas começaram
um novo processo que acompanhou toda essa evolução política. A força militar de
polícia vem dos ideários da Revolução Francesa. Foi com Danton, com Robespierre
que surgiu a gendarmaria. O que são os gendarmes? São um corpo de polícia
militarizado. A gendarmaria se espalhou por todo o continente europeu e veio
para cá através da guarda nacional republicana portuguesa. Na Europa, todos os
guardas, todos os gendarmes são militares. Quando se diz que é uma excrescência
uma polícia militarizada, na Europa, a maioria dos corpos de polícia são
militarizados. Via de regra, na Europa, eles têm dualidade policial: geralmente
há um corpo civil e um militar. Na França, tem a gendarmaria francesa e a
polícia nacional francesa; uma é militar, outra, não. Na Espanha, tem a guarda
civil, que é militar, e aí o pessoal confunde muito o conceito de guarda civil
com polícia civil. É que o civil de lá vem de “cidadão”, do latim civiIis. Então, é guarda do cidadão. A
nossa polícia civil tem a ver com o não militar, o deles tem uma conotação
diferente.
Em linhas gerais, do ponto de
vista histórico de inserção institucional da Corporação, é isto.
Devo dizer que a
Brigada, hoje, atende a quase três milhões de ocorrências/ano; uma média de 223
mil ocorrências/mês; 51 mil ocorrências por semana; 7 mil e 400 ocorrências por
dia; 306 intervenções por hora, e de 5 a 6 ocorrências por minuto. Nestes 5
minutos em que estou falando aqui, a Corporação já atendeu a quase 30
intervenções. Neste ano, até o mês de outubro, realizamos mais de 115 mil
prisões; a Brigada fez 24.925 prisões em flagrante, numa média de 385 prisões
por dia, 16 prisões por hora. Nós apreendemos mais de quatro mil armas; os
Bombeiros atenderam a 7 mil incêndios, numa média de 21 incêndios por dia.
Faço uma homenagem
aqui à Secretaria de Segurança, na pessoa do nosso Secretário-Adjunto, que tão
bem tem conduzido a política de segurança pública do Estado, e dizer que nós
estamos agora com esse trabalho do Território da Paz, o RS na PAZ, embora as
dificuldades estruturais que temos – que não são culpa de um Governo nem de um
Comando, mas fazem parte de um processo histórico –, estamos estreitando os
laços com as comunidades mais desfavorecidas, onde há maior índice de
criminalidade, num trabalho não só policial, mas num processo de
transversalidade com o da Secretaria e com outros entes de assistência do
Estado, com vista a melhorar a vida do cidadão e diminuir os índices de
criminalidade. De resto, quero dizer que o aniversário da Brigada não engalana
só a nós, mas é motivo de regozijo de toda a sociedade, porque a Brigada não é
uma organização dos brigadianos, ela é uma organização da sociedade, é uma
organização de Governo, pois a gente vai e ela fica. O meu abraço, e obrigado a
todos os senhores e senhoras. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Estávamos elogiando o
conhecimento dos detalhes da história da Brigada do Coronel Altair, que nos
brindou com esta bela fala. Queria também registrar que o Coronel Augusto
Mamede, Diretor-Adjunto do Departamento de Inteligência da Secretaria de
Segurança Pública, acompanhou esta homenagem. Muito obrigada pela sua presença.
Convido todos para cantarmos o Hino Rio-Grandense,
encerrando esta homenagem.
(Executa-se
o Hino Rio-Grandense pela banda da Ajudância-Geral da Brigada Militar,
conduzida pelo Primeiro-Tenente, Zonir Pereira Menezes.)
O SR. PEDRO
RUAS: Quero fazer um registro. Primeiro, quero agradecer a V. Exª, que nos
reunimos, agora há pouco – o Ver. DJ Cassiá, a Verª Maria Celeste, a Verª
Maristela Maffei e eu –, com os moradores lá da Vila Mapa, da Lomba do
Pinheiro, no Salão Nobre da Presidência.
Em segundo lugar, quero registrar a gentileza do
Coronel Altair, que sai da homenagem direto para o trabalho e vai se reunir com
a comunidade agora. Eu acho importante registrar e agradecer a V. Exª essa
disponibilidade permanente. Obrigado.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Pedro Ruas. Comentamos aqui, de
fato, sobre a atuação da Brigada, e agradeço muito aos nossos líderes. A sua
atuação frente à CUTHAB é fundamental para que as comunidades que mais precisam
desta Câmara sejam prontamente atendidas. Isso nos orgulha muito, Vereadores e
Vereadoras.
O Ver. Mario Fraga está com a palavra em
Comunicações. (Ausente.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Comunicações.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, Vereadores, Vereadoras, público que
nos assiste, todos acompanharam o esforço hercúleo que esta Câmara e as
entidades da sociedade que organizam a pauta da leitura realizaram para que
Porto Alegre constituísse um grupo de trabalho para elaborar um plano Municipal
do livro e da leitura. Foi mais de um ano e meio de mobilização sistemática na
nossa cidade de Porto Alegre, desde audiências na Comissão de Educação a
mobilizações no Parque da Redenção, como fizemos no dia 17 de abril, a reunião
com o Prefeito Fortunati para levar esta pauta, até que, em abril deste ano,
foi constituído o grupo de trabalho, oficialmente, para fazer um diagnóstico das iniciativas de leitura na cidade
de Porto Alegre e prospectar uma ampliação de médio, curto e longo prazo. Esse
trabalho totalizou 70 páginas, em 135 dias de trabalho das entidades que foram
definidas pelo Diário Oficial para fazer essa mobilização. Nós fomos a todas as
regiões do Orçamento Participativo conversar com as comunidades – eu, o Ver.
Toni Proença e outros Vereadores que apoiaram ativamente essa luta do plano
municipal do livro e da leitura –, as ouvimos, incorporamos as suas demandas,
as suas reivindicações no projeto do plano municipal, entregue ao Prefeito
Fortunati no dia 15 de setembro. E nós saímos daquela reunião, Verª Sofia, com
o compromisso da Prefeitura, de que essa lei viria para a Câmara até a Feira do
Livro de Porto Alegre. Naquela ocasião, a Presidente estava representando a
Câmara e se comprometeu em votar em Regime de Urgência, assim que chegasse o plano
municipal aqui na Câmara, uma vez que já havia sido discutida amplamente com a
comunidade, com a Câmara de Vereadores, a necessidade de o Estado começar a
pagar uma dívida histórica que tem com os porto alegrenses, das políticas
públicas de leitura.
Entretanto, nós estamos chegando ao final da 57ª
Feira do Livro da Cidade, com os jacarandás floridos, e esta Câmara participou
ativamente da programação da Feira, com o nosso estande maravilhoso, que
presenciou excelentes debates, como os que tivemos, no sábado, com o Juremir
Machado, com o Luciano e com a Zorávia Bettiol. E, chegando ao fim, Ver. João
Antonio Dib, da Feira do Livro, nós ainda não tivemos resposta sobre o
compromisso assumido com as entidades, com esta Câmara de Vereadores. Não foi
entregue à Câmara Municipal um projeto de lei do Executivo transformando essa
iniciativa da sociedade em um plano. Eu explico aos nossos ouvintes que esse
tipo de lei tem que vir do Executivo, não pode vir do Legislativo, porque seria
inconstitucional, teria vício de origem, uma vez que ele trata de política
pública do Estado, do próprio Executivo, e trata de recursos e de uma série de
questões fundamentais para avançar a política pública de leitura, inclusive na
organização da administração. Então, tem que vir do Executivo Municipal.
Qual não foi a nossa surpresa também, quando, na
Peça Orçamentária, não encontramos, Ver. Dib, o Plano Municipal do Livro e da
Leitura! Então, nós estamos aqui, na tribuna, fazendo esta cobrança, nós
estamos esperando a vinda dessa lei para a Câmara Municipal. Nós temos a
certeza de que a Câmara aprovará, assim como a sociedade discutiu, assim como
as plenárias votaram, assim como as entidades que lutam pelo livro e pela
leitura estão prospectando uma cidade mais leitora. E
fizemos uma Emenda assinada por 12 Vereadores de várias Bancadas, colocando R$
300 mil no Orçamento do ano que vem para o plano municipal do livro e da
leitura. Por que o valor? Porque foi o valor que discutimos com o Secretário
Sergius Gonzaga durante as oitivas do plano municipal do livro e da leitura;
não foi um valor inventado pelos Vereadores, mas foi aquilo que foi discutido
durante esse processo que fizemos em Porto Alegre.
Quero dizer, Ver.
Tarciso, que é signatário da nossa Emenda, Ver. Pedro Ruas, Ver. Toni Proença,
Ver. Adeli Sell, Verª Maria Celeste, vários Vereadores e Vereadoras, não
poderia nominá-los, porque eu espero que seja uma Emenda da Casa inteira – e
quem não assinou, sinta-se à vontade para assiná-la –, nós queremos uma Emenda
de todos para que possamos avançar nas políticas públicas do livro e da leitura
na cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr.
Thiago Duarte está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Mario Fraga.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente,
ilustres colegas Vereadores – agradeço ao Ver. Mario Fraga –, neste tempo
destinado aos Vereadores para suas reivindicações, ou seja, para seus pleitos
que acabam sendo demandados pelas comunidades que representam, venho aqui falar
de algumas situações.
Na quinta-feira,
tivemos aqui a presença do Secretário Municipal de Saúde e, logo em seguida,
tínhamos já previamente marcada uma reunião dentro da Secretaria da Saúde com o
Secretário-Adjunto, Marcelo Bosio, ao qual nós encaminhamos algumas das coisas
que havíamos tratado aqui, e pudemos ter a oportunidade de aprofundar outras
situações.
Começo com a questão
que coloquei ao Secretário Carlos Casartelli sobre a Comissão de Saúde, que é
um setor da Secretaria Municipal de Saúde que analisa os casos em que o cidadão
tem possibilidade de perda de membro, sentido ou função ou até de piora grave
da sua condição de saúde. Então, é uma sintonia fina daqueles encaminhamentos
especializados. Eu colocava ao Secretário, com o avanço da informatização, a
dificuldade que poderíamos ter em relação à Comissão de Saúde.
Quero dizer de público que essa situação foi
sanada, e, para aqueles que trabalham nos postos de saúde e para a própria
comunidade, que acaba indo aos postos para ter esse encaminhamento
especializado, dentro do sistema existe efetivamente uma lacuna para se poder
priorizar esse tipo de situação.
Ver. Dr. Raul, colocávamos aqui a questão do Centro
de Planejamento Familiar, que tínhamos bastante dificuldade, principalmente na
questão já abordada inclusive com o Prefeito, dos anestesistas do Hospital
Presidente Vargas, e tive o compromisso – Ver. Dr. Raul, também é uma
preocupação sua para que o Centro funcione na sua plenitude – do
Secretário-Adjunto de que os próximos anestesistas a serem chamados serão
priorizados para o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, uma vez que o
Hospital de Pronto Socorro já conseguiu sanar em grande parte a sua dificuldade
de anestesistas.
Eu falava aqui, com relação ao Extremo-Sul, da
necessidade da aprovação – no Conselho Distrital de Saúde, local, inclusive
pelos trabalhadores da equipe que lá labutam – da transposição da Unidade de
Saúde do Lami para PSF. Nós estivemos lá, Ver. Dr. Raul – o senhor estava
junto, o Ver. Oliboni também –, numa das reuniões itinerantes da Comissão de
Saúde, na Unidade Sanitária do Lami, em que pudemos constatar isso. O Ver.
Oliboni, naquele momento, fez uma colocação muito procedente da necessidade de
termos um cronograma para essa transposição. O Secretário-Adjunto também
assumiu compromisso nessa situação, colocando isso como prioridade, no sentido
de poder ser equacionado.
Colocamos também aqui, naquele dia, naquela
quinta-feira, ao Secretário Municipal de Saúde, a questão do terceiro turno de
Belém Novo. É fundamental que essa conquista permaneça, o Secretário assumiu
esse compromisso – quero me dirigir à população de Belém Novo e arredores – de
que efetivamente mantenhamos o terceiro turno de Belém Novo, que é uma grande
conquista para aquela população. Na verdade, lá não se tem um pronto-socorro,
mas, sim, um turno estendido que faz com que os trabalhadores possam consultar
à noite, e, com isso, sem dúvida nenhuma, ganha a comunidade e ganha toda a
população daquela localidade.
Srª Presidente, eu gostaria de prosseguir minha
fala, agora em Comunicação de Líder, para esgotar este tema.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Muito obrigado, Presidente.
Sem dúvida nenhuma, a partir desses dois
compromissos firmados, a comunidade efetivamente pode ficar tranquila no que se
refere à manutenção do terceiro turno em Belém Novo. E, a partir da
transposição do Lami em equipes de PSF, certamente esses profissionais e os
médicos podem ser remanejados para a Unidade de Saúde mais próxima, que é a
Unidade de Saúde de Belém Novo, qualificando bastante o atendimento naquela
Região que, até em função da distância e pela questão de mobilidade urbana –
não é, Pitol? –, acaba tendo muita dificuldade de recorrer a outros sistemas de
Saúde. Falo aqui no Pitol, porque, efetivamente, a EPTC tem feito um trabalho
bastante forte, naquela Região, no sentido de qualificar o transporte coletivo
daquela área. Nós tivemos, principalmente depois de demandas que inclusive
partiram desta Casa, implementos de ônibus articulados para aquela Região, mas
certamente temos a necessidade também de ampliar isso.
O transporte fluvial é uma alternativa para toda a
Região Sul da Cidade, e falo isso para o Pitol de forma bastante importante, a
partir do momento em que temos, através do Complexo Arena, Complexo Cais do
Porto, Complexo Beira-Rio, Fundação Iberê Camargo, BarraShoppingSul, Vila
Assunção, Ipanema e Belém Novo, uma rota já delineada e com demanda para que se
possa realmente instituir a questão do transporte fluvial, que é ecologicamente
sustentável. Tivemos, na semana passada, uma reunião na Comissão de Saúde, Dr.
Raul, que trabalhou profundamente a questão da poluição veicular. Com o barco,
nós diminuímos efetivamente essa poluição veicular, tendo um transporte
coletivo de qualidade. Então, realmente é uma alternativa sustentável, que pode
melhorar a qualidade de vida daquela comunidade, principalmente com relação ao
deslocamento, e, sem dúvida nenhuma, deixar a Cidade aberta para o rio. A
Cidade, que, muitas vezes, se coloca de costas para o rio, pode, efetivamente,
assumir uma ação positiva no que se refere à sua interação com ele e com toda a
natureza em si.
Quero destacar aqui que tivemos a oportunidade, na
semana que passou, de dar o Título de Cidadão Honorário ao Sr. Paulo Rogério
Silva dos Santos, Procurador do Estado, nosso amigo em particular e que tem
feito um excelente trabalho à frente da Fundação do Sport Club Internacional,
do nosso Internacional, em um conveniamento importantíssimo com a Secretaria
Municipal de Educação. Tem podido, em turno inverso à escola, dar amparo a
quase 5 mil jovens e adolescentes, retirando-os da questão da drogadição, dando
outro norte às suas vidas. Realmente, foi uma Sessão muito emocionante, uma
Sessão que nos orgulha e nos orgulhou bastante.
Era isso. Eu acho que essas colocações são
importantes para toda a nossa comunidade do Extremo-Sul da Cidade, da Região
Sul da cidade de Porto Alegre como um todo, e efetivamente nos dão a
oportunidade de qualificar a atenção à Saúde, dar qualidade ao transporte e à
mobilidade urbana daquela Região para que, realmente, aquela que já é uma
região privilegiada pelas virtudes naturais, aquela que já é uma região
privilegiada em qualidade de vida possa melhorar cada vez mais. Muito obrigado,
Presidente, muito obrigado a todos os colegas pela paciência, e um abraço a
todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Presidenta, requeiro que seja colocada em votação a
inversão da ordem dos trabalhos, no sentido de que, depois do Grande
Expediente, entremos em Pauta em vez de entrar na Ordem do Dia.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento do Ver.
Sebastião Melo de inversão na ordem dos trabalhos, solicitando que a Pauta seja
cumprida antes da Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Dr. Raul Torelly está com palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Presidente, Verª Sofia Cavedon; Vereadores,
Vereadoras, todos que nos assistem; quero, em primeiro lugar, agradecer ao Ver.
Haroldo de Souza pela cedência do espaço.
Saúde, realmente, é uma causa muito forte em Porto
Alegre. Eu também não poderia deixar de me referir à vinda do nosso Secretário
Municipal de Saúde a esta Casa, na quinta-feira, trazendo muitos
encaminhamentos, muitos andamentos de ações importantes para a Cidade e
colocando-se à disposição para realmente avançar, no dia a dia, na gestão da
Saúde da nossa Capital.
Em relação ao que foi colocado aqui pelo
Secretário, e assim como falou o Ver. Dr. Thiago, que milita na Saúde, mais
especialmente na área de planejamento familiar, num primeiro momento eu fiquei
contemplado com a fala do Secretário, que referiu que, em seguida, serão
designados novos profissionais, para dar uma amplitude maior ao nosso Centro
Municipal de Planejamento Familiar, proporcionando uma dinâmica mais intensa e
mais forte muito especialmente a respeito daquelas pessoas que necessitam,
conforme lei por mim proposta e que foi aprovada pelo então Prefeito José
Fogaça, lei que faz com que haja o acesso direito àquela instituição. As
pessoas chegam lá e são atendidas diretamente, não necessariamente através de
encaminhamento de Unidades Básicas de Saúde. Então, acredito que isso também
vai reforçar o planejamento familiar, tão importante na cidade de Porto Alegre.
Eu também gostaria de
falar sobre o nosso fim de semana, que trouxe a campanha Brasil sem Cigarro.
Isso é fundamental. E a Rede Globo, abraçando essa causa, também me dá um
incentivo, eu, que sou daquelas pessoas que, há mais de 30 anos, lutam para que
tenhamos o fumo zero. Sou parceiro de todas aquelas causas que, de uma maneira
ou outra, possam inibir a utilização do cigarro. Nós sabemos que, infelizmente,
temos mais de 25 milhões de pessoas fumantes no Brasil.
Eu também gostaria de me referir à fala do
Secretário, quando toquei no assunto do mutirão necessário para a Saúde
pública, muito especialmente aqui em Porto Alegre, na área de
Traumato-Ortopedia e em procedimentos de cirurgias eletivas. O Secretário não
se mostrou muito favorável e referiu que, com o novo sistema implantado na
Secretaria da Saúde... Casos de Traumatologia e Ortopedia que vinham esperando
desde o ano 2000 agora já estão em 2007, e eu não gostaria mais de tê-los. De
2007 para 2011, isso significa que nós temos pessoas quatro anos na fila
esperando por tratamento de traumato-ortopedia ou por cirurgias para evitar
sequelas que, em muitos, já estão estabelecidas.
Eu gostaria de reforçar que, no Paraná, já existe,
inclusive através de processo junto ao Fundo Nacional de Saúde, colocado para
aquele Estado, uma verba de mais de R$ 40 milhões para que sejam feitos
mutirões exatamente nesse sentido; agora já devem ter iniciado e vão se
estender até o final do ano de 2012. Então, gostaria que isso fosse levantado
de maneira mais firme na Secretaria e que pudéssemos realmente ajudar essas
pessoas com mais brevidade, através de um sistema de mutirão bem colocado, bem
estabelecido e dinâmico. E, para isso, com certeza, vai favorecer a abertura do
Hospital Independência, um hospital de Traumatologia, há tanto tempo parado em
função da questão da Ulbra e que, brevemente, vai retomar as suas atividades.
Também só para reforçar, quero mencionar a questão
positiva de que se aproxima a abertura da nossa UPA da Zona Norte. Isso
realmente vai qualificar muito o atendimento daquela região; são 300 mil
pessoas daquela comunidade que passarão a ter um atendimento de que hoje não
dispõem, com cerca de 500 atendimentos por dia. Então, estamos juntos.
Obrigado, e saúde para todos.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Cumprido o período de Comunicações, o Ver. Nelcir
Tessaro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NELCIR
TESSARO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público
que nos assiste, venho a esta tribuna, pela Liderança do PSD, meu Partido,
falar sobre a situação nacional do PSD dos últimos 45 dias. O PSD foi fundado
no dia 27 de setembro deste ano e registra hoje o seu balanço: dois
Governadores; dois Senadores; 56 Deputados – na realidade, 57, porque um é
Secretário Estadual, o Suplente assumiu, mas no Plenário da Câmara Federal são
56; 107 Deputados Estaduais; 5.957 Vereadores em todo País; 559 Prefeitos e 150
mil filiados nesses 45 dias de vida do nosso PSD. O PSD já está com registro de
pré-candidaturas de mais de 1.200 candidatos a Prefeito, sendo 330 candidatos à
reeleição. E a meta do Partido é justamente nós termos, em 2012, cerca da 700
prefeitos eleitos. Aqui no nosso Estado, nós estamos, atualmente, formados em
104 municípios, onde o PSD vai, sim, concorrer na majoritária a Prefeito ou à
composição de Vice-Prefeito. Nesses 104 municípios nós teremos a nossa nominata
de candidatos a Vereadores, como teremos em Porto Alegre candidatos à
majoritária e também candidatos a Vereadores, que nós conseguimos como Partido.
Como o Partido teve pouco tempo para a sua instalação em Porto Alegre, nós
temos 32 candidatos a Vereador em Porto Alegre. O nosso Partido poderá fazer
uma coligação. Estamos conversando com todos os Partidos de Porto Alegre,
aqueles que são afinados com a nossa ideologia, e também, como todos puderam
ver nesse último domingo, saiu em uma página de um jornal de grande circulação
da nossa Capital, falando sobre o estrategista Kassab, que chegou ao atual estágio de Presidente Nacional do PSD. O PSD é
um Partido que veio não para ser oposição ou situação, mas para acabar com
aquela conversa de quem não é situação é oposição, ou é gremista ou é colorado,
ou é chimango ou é maragato. Nós podemos fazer uma política diferenciada. Um
Partido que está bem próximo do PSD, que, com o Governador de Pernambuco, tem
trabalhado constantemente com ideias de aproximação, justamente visando a 2014,
um Partido que já tem candidatura forte para Prefeito de São Paulo, que é o
nosso ex-Ministro Henrique Meirelles, que poderá apresentar um belo trabalho,
já que foi o braço direito do Governo Lula à frente do Banco Central. Então,
esse é o PSD. E eu queria trazer hoje ao conhecimento dos colegas Vereadores os
45 dias de vida deste nosso Partido.
Nós queremos ser parceiros e crescermos junto com o
Brasil. O PSD quer crescer e quer marcar história junto com o Brasil, um PSD
que já fez história nos anos de 1950 e nos anos de 1960. Obrigado pela
paciência; quero agradecer todos por apoiarem a nossa Bancada aqui na Câmara de
Vereadores, com o Ver. Bernardino Vendruscolo e o Ver. Tarciso Flecha Negra.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo o cancelamento da representação deferida
ao Ver. Carlos Todeschini para participar do evento “WATEC – 6ª Feira
Internacional e 3ª Conferência Internacional sobre Tecnologias de Água, Energia
Renovável e Controle Ambiental”, que está ocorrendo entre os dias 13 e 19 de
novembro na cidade de Tel Aviv, Israel.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Srª Presidente, eu faço um pedido a V. Exª para tomar providências
quanto ao restaurante, que está com um problema sério. Na quinta-feira, havia
dois ratos enormes correndo lá dentro, o que deixou os funcionários apavorados,
Srª Presidente. Temos que tomar providências, porque não pode acontecer de
ratos passearem dentro do restaurante. É uma questão de saúde, rato traz
doenças. Então, eu peço que V. Exª tome uma atitude imediata, tem que matar os
ratos.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Srª Presidente, eu também gostaria de fazer uma reclamação a respeito
do restaurante, aliás, já havia lhe encaminhado essa reclamação: o atendimento
é péssimo e a maneira com que eles tratam os funcionários também. E agora essa
denúncia feita pelo Ver. Brasinha é um negócio bastante grave.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vereadores, a nossa Casa mantém desratização
sistemática. Nós vamos ver o que aconteceu para ter ocorrido um episódio como
esse.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, amanhã, 15 de novembro, nós estaremos
comemorando o aniversário da Proclamação da República. Ver. João Antonio Dib,
se não me engano, são 122 anos da Proclamação da República. Eu tenho certeza de
que todas as pessoas que sofreram, todas as mortes que nós tivemos, até nós
chegarmos àquele episódio da Proclamação da República, foram pessoas que se
doaram para que nós tivéssemos um dia um País livre, democrático, uma
convivência em que todos tivessem as oportunidades iguais, porque afinal de contas
todos nós, homens livres, queremos exatamente lutar para que esse dia possa
chegar.
Mas, Ver. Mario Manfro, meu querido amigo,
Presidente do meu Partido aqui na nossa Porto Alegre, estamos no ano de 2011 e,
até hoje, não atingimos ainda esta República livre, com democracia que nós
tanto almejamos. A prova disso, Ver. João Dib, é que o Ministro que deveria
estar a serviço da nossa sociedade, que deveria estar lutando para que na sua
área, que é o trabalho, nós tivéssemos realmente o crescimento do surgimento de
vagas de emprego, da qualificação das pessoas, do surgimento de novas
oportunidades, ele foi apanhado, Ver. Elói Guimarães, em plena corrupção na sua
ligação com as ONGs. E ele acaba falando alguma coisa que não deveria, num País
democrático, sair da boca de um ministro: “Eu só vou deixar o Ministério à
bala. E tem de ser calibre pesado, porque eu sou muito pesado”. Ah, meu Deus do
céu! Isso é fala de ditador, porque afinal de contas, num país decente e
democrático, o Ministro deveria estar ligado, Ver. Mauro, aos ideais da
Presidência da República; ao planejamento que foi traçado pela Presidente,
porque o Ministro – meu querido amigo, Ver. Oliboni – deveria estar cumprindo
um programa de Governo que seria traçado pela Presidente da República. Ele vai
sair de lá, se a Presidente porventura quiser, mas não: “Eu só saio daqui à
bala”. Ah, meu Deus do céu, essa é a prova de que nós não estamos vivendo num
processo democrático, de que nós não estamos, na verdade, vivendo um momento de
independência. Nós não estamos honrando aqueles homens que fizeram a
Proclamação da República, nós estamos, infelizmente, vivendo ainda tempos muito
obscuros, em que algumas pessoas tomaram conta do Poder e se locupletam desse
Poder. Embora eu não duvide das boas intenções da Presidente Dilma, mas ela
realmente não está conseguindo fazer com que os objetivos de todos nós,
sociedade brasileira, possam ser alcançados. Os objetivos de nós construirmos
uma Nação livre, forte, independente, onde as pessoas possam ter bastante igualdade,
longe das corrupções do Sr. Ministro do Trabalho. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, meus senhores e
minhas senhoras; o Ver. Luiz Braz falava da proclamação da República, que
amanhã completa 122 anos. Foi um ato comandado pelo Marechal Deodoro da Fonseca
e que, imediatamente, determinou o desterro de um patriota extraordinário, de
um homem que amava o seu país como todos os brasileiros deveriam amar.
Ele era o Rei, ele era o Imperador, mas isso não
fazia diferença, porque ele se considerava um cidadão. Desterrado que foi, não
pôde levar seus bens, evidentemente, e rejeitou recursos em dinheiro que o
governo lhe oferecia. Mas um pedido ele fez: queria um saco de terra para que,
quando ele morresse, a sua cabeça repousasse no caixão sobre a terra de sua
pátria. Ele morreu na França, em Paris, com aquele travesseiro de terra
brasileira apoiando a sua cabeça.
Será que, se o Presidente do Senado, José Sarney,
estivesse nas mesmas condições, ele deixaria os bens, ou ele levaria o Maranhão
junto com ele, fora outras coisas? É de pensar! Porque nós devemos cultuar a memória
daqueles que são exemplo para todos nós – exemplo de cidadania, de honradez, de
seriedade, de responsabilidade e de competência também.
Proclamada a República, teoricamente nós deveríamos
ter democracia. No Império, nós tínhamos um sistema parlamentarista. Será que a
democracia aconteceu no País? Por algum tempo, eu acredito que sim, mas agora,
nós últimos oito, nove anos, nós não temos mais democracia. Democracia
pressupõe legislativo forte, independente, judiciário ágil, e nós temos um País
de Partidos que deveriam ser fortes e não são; Ministérios,
há 40, Medidas Provisórias, três ou quatro por semana. O Congresso Nacional não
fiscaliza o Executivo Nacional – e a precípua missão do legislador não é fazer
leis; é fiscalizar a Execução Orçamentária do Município, do Estado, da União –,
e isso não é feito porque ele não tem tempo, já que é uma medida provisória
atrás da outra – e assisto às Sessões do Senado, quando posso, tentando
aprender alguma coisa de alguns daqueles Senadores, mas são poucos os que nos
dão alguma orientação –, ou seja, ou se está votando Medida Provisória para
autoridades, para diplomacia, ou para determinados setores do Governo, cujas
Medidas Provisórias precisam ser aprovadas pelo Senado. Portanto, amanhã, vamos
festejar os 122 anos da Proclamação da República e a fraqueza deste País, que
não tem democracia, tem Medidas Provisórias. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos ao
O Ver. Mauro Pinheiro
está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Adeli
Sell.
O SR. MAURO PINHEIRO: Vereadora Sofia
Cavedon, Presidente desta Casa, demais Vereadores, público que nos assiste pelo
Canal 16, público presente nas galerias, eu estava me preparando para esta
manifestação em Grande Expediente, Ver. João Antonio Dib, e, ao escutar as
manifestações anteriores, realmente fiquei lisonjeado com parte da sua fala,
Ver. João Antonio Dib, quando o senhor falou que é preciso fiscalizar, de que
essa é a principal função do Senador, do Deputado, do Vereador. Eu gostei da
sua fala, porque é justamente em cima disto, da fiscalização, que vou fazer a
minha manifestação em Grande Expediente.
Nos últimos dias, tenho me dedicado, Ver. Alceu
Brasinha, à fiscalização do Instituto Ronaldinho Gaúcho. Esse Instituto, como o
próprio nome diz, é de um jogador de futebol excepcional, mas que já teve
alguns problemas com o Rio Grande do Sul.
Primeiramente, na hora de sua transferência, quando
ele saiu do Estádio Olímpico, o clima ficou pesado, o Estado do Rio Grande do
Sul ficou muito magoado com a forma como ele saiu.
Posteriormente, dizia-se que o Ronaldinho Gaúcho
retornaria para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. A torcida se movimentou, o
Presidente do Clube se preparou para receber o Ronaldinho Gaúcho, estavam
preparados o helicóptero e o sistema de som, tudo indicava que o atleta
voltaria para o Grêmio, Ver. Alceu Brasinha, mas ele não voltou. Ele estava
negociando com o Flamengo, enganou a torcida do Grêmio e a do Rio Grande do Sul
inteiro. Portanto, esse Ronaldinho Gaúcho já aprontou algumas no Estado do Rio
Grande do Sul.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro,
essa família tem problemas, ela não tem respeito nenhum pelo Grêmio. Vou lhe
dizer quando isso começou: foi quando o Assis fugiu do Grêmio para jogar lá
fora – aí o Grêmio lhe deu uma casa para que ele retornasse. E agora que ele se
tornou empresário do irmão, ele fez essa vergonha para a nação gremista no Estado.
Mais ainda: ele se aproveitou da bondade do Grêmio, dizendo que o Ronaldinho
voltaria.
Como se não bastasse o que fez o Assis, o
Ronaldinho também saiu do Grêmio, Clube em que ele se consagrou como atleta;
jogou lá fora – inclusive, quando ele foi cobrar uma falta para o Barcelona,
que estava jogando contra o Internacional, ele não fez o gol –, voltou e
aprontou mais uma para nós.
Então, eu quero dizer que essas pessoas não são
mais bem-vindas no Grêmio, em nenhuma hipótese. O meu companheiro e conselheiro,
Ver. Reginaldo Pujol, também deve ter o mesmo pensamento: de que o atleta
brincou com os sentimentos dos torcedores gremistas. Isso não se faz em
hipótese nenhuma!
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Alceu Brasinha, muito obrigado pelo seu aparte. O que mais me
preocupa não são essas idas e vindas do futebol, mas isso já mostra um pouco do
caráter dessa família. Eu não acompanho muito por não ser gremista.
Mas estou acompanhando o Instituto Ronaldinho
Gaúcho. E olha que tenho lido e me dedicado demais, Ver. Brasinha, por isso,
quero a sua parceria, para nós aprofundarmos essas investigações. Vou fazer um
breve relato: dia 30 de junho de 2007, foi assinado o primeiro convênio entre a
SMED e o Instituto Ronaldinho Gaúcho para atender 300 crianças, entre jovens e
adultos, convênio esse em que não consta qualquer valor. Depois, para tentar
ajustar – acho que o primeiro convênio foi feito meio às pressas –, foi
assinado um novo convênio entre a Prefeitura Municipal, a SMED e a PROCEMPA –
eu não entendo por que não com o Instituto Ronaldinho – de R$ 382 mil, para a
compra de equipamentos. Em seguida, Ver. João Antonio Dib, no dia 03 de junho
de 2008, foi assinado um terceiro convênio, de R$ 390.880,00, entre o Instituto
Ronaldinho e a SMED, cujo objetivo é a execução do Projeto Letras e Gols, para
atender 470 crianças no turno inverso ao da escola, mais 30 crianças do
Programa Ação de Rua, totalizando 500 jovens; nem tinham terminado os outros
dois convênios, e foi assinado um terceiro convênio. Posteriormente, foi assinado
um quarto convênio, pelo prazo de um ano, de 18 de setembro de 2008 até 18 de
setembro de 2009, entre o Instituto Ronaldinho, Secretaria Municipal de
Governança Local, SMED, SME, SMJ – Secretaria da Juventude – e Secretaria dos
Direitos Humanos, com um valor mais polpudo, Ver. Pujol: R$ 2.326.000,00. Qual
é o objetivo? Cooperação entre os participantes para a realização dos jogos de
verão. Neste aqui, eu não consegui encontrar o número de crianças que seriam
atendidas. Mas nos outros três nós já tínhamos pelo menos 500 crianças
contempladas – quero registrar também que todos esses quatro convênios estão no
mesmo espaço de tempo. Então, somados os valores dos quatro convênios, teremos
em torno R$ 3,1 milhões; R$ 3,2 milhões.
E aí, prestando atenção, eu percebi que o convênio
assinado depois do quarto convênio, cujo valor foi de R$ 2.326.000,00, foi para
contratação de uma outra ONG, por R$ 497 mil, para prestar serviços para o
Instituto Ronaldinho, Ver. João Antonio Dib! Quer dizer, o Instituto Ronaldinho,
que é uma ONG, contrata uma outra ONG para prestar serviços, e até agora eu não
consegui identificar exatamente quais são esses serviços prestados por essa
outra ONG; uma ONG para ajudar o Instituto Ronaldinho a cuidar de todos esses
projetos. São mais R$ 490 mil gastos nisso daí. Mas até aí tudo bem, Ver. João
Antonio Dib. Só que essa ONG contratada já teve problemas em outros lugares.
Por exemplo, na Ulbra, ela prestou serviço
lá e teve problema; ela tem problema, agora, que recebeu dinheiro, quando não
poderia ter recebido, do Ministério do Trabalho. Então, é uma ONG que tem
alguns problemas que nós temos que aprofundar o estudo, Ver. Aldacir Oliboni. E
eu continuei olhando as notas fiscais desse convênio dos R$ 2.326.000,00.
Ver. João Antonio
Dib, V. Exª disse que nós temos que fiscalizar, e, realmente, nós temos que
fiscalizar mais. Uma das notas fiscais é da Supernova Comunicação – data do
vencimento: 12 de dezembro de 2008; Produtora de Eventos para Organização de
Cerimônia de Lançamento Oficial de Jogos: R$ 10 mil; contratação de agentes de
comunicação e assessoria de imprensa para disponibilização, por 70 dias, de
tenda de sonorização, dia 25 de janeiro: R$ 65 mil; contratação de agência de
comunicação e assessoria de imprensa, confecção de fôlderes: R$ 40 mil;
convites: R$ 5 mil; contrato mensal: R$ 1.000,00. Data: 25 de janeiro de 2008.
Quer dizer que são duas notas no mesmo dia, uma de R$ 46 mil outra de R$ 65
mil.
Qual é o objeto mesmo
desse convênio assinado? Jogos de verão com crianças e adolescentes. Mas tanta
agência de publicidade com jogos de verão, Ver. Alceu Brasinha?
Continuamos:
contratação de agência de comunicação e assessoria de imprensa, confecção de
convites: R$ 3 mil; cerimônia de abertura – um convênio para crianças! Ver. Luiz
Braz: R$ 10 mil; implantação de tendas de sonorização – mais sonorização,
Vereadores: R$ 11 mil; mobilização de comunidade – mobilizar a comunidade, Ver.
DJ Cassiá: R$ 5 mil; mais contrato mensal – ainda tem que pagar contrato
mensal: R$ 1.000,00 – tudo da mesma agência: Supernova Comunicação. Contratação
de agente de comunicação, assessoria e imprensa, criação de dados visuais,
divulgação do Projeto – tem que divulgar o Projeto, eu acho que o Ronaldinho e
o Assis serão candidatos –: mais R$ 1.000,00. E mais uma de contratação de
gráfica para confecção de cartazes, banners
e formulários: R$ 37 mil. Somando tudo: R$ 190 mil, Ver. Elói, para uma empresa
de comunicação prestar um convênio entre a Prefeitura Municipal
de Porto Alegre e o Instituto Ronaldinho Gaúcho para cuidar de crianças! Mas
tem que fazer muita publicidade, mesmo!
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Mauro Pinheiro, eu ouço sempre V.
Exª com muita atenção, porque fiscalizar realmente é a primeira
responsabilidade do legislador, é o dever poder fiscalizar. Mas eu já disse a
V. Exª que aquele contrato com a PROCEMPA, que comprou o equipamento, quando a
Prefeitura rompeu o acerto com o Instituto Ronaldinho Gaúcho, a Prefeitura
retirou o equipamento e o redistribuiu. Por outro lado, V. Exª sabe melhor que
eu que o Governo Federal está no meio disso. Lá é que acontecem as ONGs, as
suspeitas e as outras coisas, e o dinheiro vem de lá para as ONGs.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? Vereador Mauro Pinheiro, eu volto novamente. Eu quero dizer que sou
parceiro de V. Exª para nós fazermos um trabalho em cima disso. Mas eu gostaria
de fazer uma pergunta a V. Exª que está investigando: V. Exª não olhou se há
alguma coisa do Ministro Orlando Silva também; será que não passou algo daquele
Programa Segundo Tempo, será que ele não passou nada para eles?
O SR. MAURO PINHEIRO: Vereador Alceu
Brasinha e Ver. João Antonio Dib, do
Segundo Tempo, com a ONG Instituto Ronaldinho Gaúcho, não. Mas essa ONG que foi
contratada, o Instituto Nacional América, essa, sim, tem relação também com o
Segundo Tempo. E, se tiver por Porto Alegre, fiscalizarei igualmente, Ver. João
Antonio Dib, porque a nossa função é fiscalizar. E não interessa se o recurso
veio do Governo Federal, do Governo Estadual ou do Governo Municipal. Vou
fiscalizar da mesma forma! E aqui tem dinheiro que veio do Governo Federal, que
veio para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que fechou convênio com
Ministérios do Governo Federal, tendo repassado para o Instituto Ronaldinho.
Agora, se há verbas que passaram pelo Município de Porto Alegre, fiscalizarei,
sim!
E o Ver. Alceu
Brasinha estava preocupado com refeições! Realmente nós temos que nos
preocupar. Ele está preocupado com as refeições aqui na nossa Câmara Municipal.
Mas, pelo jeito, as refeições para o Instituto Ronaldinho Gaúcho não eram
problema, pelo menos o preço que era pago, Ver. João Antonio Dib, porque aqui
nós temos três notas que eu encontrei. Deve ter outras, mas encontrei três
nesse primeiro momento, Ver. Luiz Braz. Refeições referentes ao dia 12 de
dezembro: 222 refeições, nove mil reais! Nove mil reais! É de assustar! Eu não
sei nem se é um restaurante. O nome é Biskaia – Gilvano e Nando Comércio de
Alimentos Ltda., Av. Juca Batista, 3782. O senhor
achou que é muito dinheiro, Ver. João Antonio Dib? Mas tem outra nota do mesmo
Biskaia: 650 refeições a R$ 28,00 cada uma: R$ 19.320,00 foram pagos num único dia! É muito, não é, Ver. João Antonio
Dib? Mas tem mais! Mil quatrocentos e noventa refeições foram pagas no dia 30
de novembro de 2009, ao custo de R$ 28,00, foram pagas pelo Instituto
Ronaldinho, alimentação para as crianças: R$ 41.720,00, Ver. João Antonio Dib!
É um absurdo! Somando as três notas fiscais dá um total quase de R$ 60 mil em
refeições! Claro que as crianças merecem uma boa refeição, mas é muito
dinheiro! E nem está claro como foram essas refeições! Tem mais notas fiscais
que eu estou averiguando. Eles contratam a empresa para refeições, mas tem
outra nota de R$ 29 mil para compra de equipamentos para cozinha – é difícil a
leitura, uma letra difícil de entender, talvez seja feita para isso mesmo –,
mas não diz quais materiais são esses, quais equipamentos. Nós estamos pagando
R$ 28,00 por refeição! Vinte e oito reais por refeição, Ver. Tarciso, o senhor
que trabalha com crianças e jovens, quanto daria para atender às crianças com
R$ 60 mil? Tem mais ainda, Ver. Reginaldo Pujol!
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, é a segunda vez que V. Exª aborda
esse assunto, e me preocupa muito; mas, além de me preocupar, quero me ocupar.
Esses dados, V. Exª tirou de algum relatório ou de alguma prestação de contas,
não foi glosado por ninguém? Todo mundo aprovou isso como natural?
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Reginaldo Pujol,
muito obrigado pelo aparte. Todo esse material que tenho nas minhas mãos, sobre
o que tenho falado ao longo dos dias, foi feito através de PIs desta Casa à
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que mandou pelo menos uma parte da
prestação de contas; não tem tudo. Quero dizer mais,
quem assina todos os documentos pelo Instituto Ronaldinho Gaúcho, Ver. Alceu
Brasinha, é o Roberto Assis Moreira! Presidente: Roberto Assis Moreira!
Tesoureiro: Roberto Assis Moreira! Presidente do Conselho Fiscal: Roberto Assis
Moreira! Presidente do Conselho Administrativo: Roberto Assis Moreira! É uma
vergonha, Ver. João Antonio Dib!
Esta Casa tem que
tomar uma posição, porque há outras, mas não tive tempo de falar de todas. Quinze
minutos é pouco tempo para falar, mas tem muito o que ser esclarecido. Muito
obrigado pela atenção, conto com todos os 36 Vereadores, porque assim não dá;
temos, sim, que fiscalizar, conforme disse o Ver. João Antonio Dib. Muito
obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Grande Expediente.
(Pausa.)
O Ver. Aldacir
José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Saúdo a nossa
Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, público
que acompanha a nossa Sessão nesta segunda-feira, eu queria também abordar um
assunto muito importante e preocupante que o meu colega Mauro Pinheiro acaba de
trazer nesta Casa, que merece um tratamento especial de investigação. Queria
lembrar que, na quinta-feira passada, Ver. Elói Guimarães, o nosso Secretário
da Saúde esteve aqui e nos trouxe dados muito importantes para a nossa Casa,
aos Vereadores, à população de uma forma geral. Nós cobrávamos a vinda do
Secretário de Saúde para podermos falar sobre alguns projetos que atrasaram na
sua execução, seja na abertura do Hospital Independência, seja na implementação
do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família – IMESF. O Secretário
disse aqui que o Instituto atrasou porque não foi feita a dotação orçamentária
para este ano, que só será implementado no ano que vem, e que para compensar
esse período, tentava tranquilizar a população e os trabalhadores, porque vai
mandar um novo Projeto de Lei a esta Casa para renovar o contrato com o Instituto de
Cardiologia por, no mínimo, seis meses. E, nesse período, vai fazer não só a
integração, mas absorver os agentes comunitários que estão garantidos por
Emenda Constitucional e também implementar o concurso público, cujo edital
deverá sair, segundo ele, nos próximos dias.
Então, nós, da Comissão de Saúde e Meio Ambiente,
percebemos de fato que o Governo não estava chamando novos profissionais, sejam
agentes comunitários de saúde, sejam técnicos de enfermagem, sejam enfermeiros
ou médicos, exatamente porque essa atribuição dentro do IMESF será do Governo.
Atualmente é do Instituto de Cardiologia. Uma vez que o Instituto de
Cardiologia não foi autorizado, e nem encontraria médicos pelo salário que está
ofertando, em muitas unidades de saúde, hoje, estão faltando médicos. Nós temos
algumas unidades de saúde que têm três equipes de PSF e apenas um médico.
Então, o Secretário Municipal da Saúde informou, aqui, nesta Casa, que nós
próximos dias estaria admitindo novos médicos, até porque nós criamos as vagas,
e justificava que, de fato, tem dificuldade em contratá-los, em função do piso
salarial que a categoria solicita e que o Governo Municipal ainda não paga.
Então, a vinda do Secretário foi esclarecedora, embora não convincente pelos
atrasos que estão acontecendo. Mas creio que é de extrema importância poder
dizer ao conjunto da população por que, muitas vezes, lá na unidade de saúde,
faltam médicos, ou por que, às vezes, estão emitindo apenas três, cinco, dez
fichas: é exatamente porque está havendo uma enorme dificuldade em contratar
médicos.
Cabe aqui um apelo da Câmara Municipal de Porto
Alegre: que, de fato, o Governo Municipal não só se empenhe para melhorar o
atendimento em Porto Alegre, mas que amplie os serviços ora ofertados. E
enquanto não tem condições de ofertar, que possa comprar na rede conveniada,
porque, hoje, os hospitais filantrópicos ofertam muitas consultas de
especialistas, exames, internações, e é preciso o Governo perceber que ao não
ter capacidade, gestão de poder chamar para si essa responsabilidade, ele possa
comprar no mercado que está ofertando – os hospitais filantrópicos – para
atender essa demanda, inclusive muitas Emergências. Nós sabemos que, hoje, o
sistema atende por cotas. Portanto, cada hospital filantrópico atende, vamos
supor duas mil consultas/mês, e o gestor só paga aquelas consultas. É preciso
comprar mais consultas, seja nas Emergências, nos ambulatórios, nos exames, nas
internações, exatamente para poder atender à demanda. É nesse sentido que
queremos aqui continuar pautando a Saúde e pedindo para que o Governo se
empenhe, cada dia mais, para poder atender à população com um serviço
qualificado, com um maior número de trabalhadores. É nesse sentido o nosso apelo
à Câmara de Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ALCEU
BRASINHA (Requerimento): Srª Presidenta, solicito verificação de quórum.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Brasinha, nós queríamos correr a Pauta. Não
temos nenhuma inscrição para Liderança. Só temos a Pauta para correr. O seu
pedido pode esperar um pouco? (Assentimento do Ver. Brasinha.)
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 3188/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 153/11, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que
estabelece a disponibilização de terapias naturais na rede pública
municipalizada do Sistema Único de Saúde – SUS – de Porto Alegre.
PROC.
Nº 3267/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 158/11, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que
institui monumento com memorial em homenagem às vítimas de acidentes ocorridos
com motocicletas no Estado do Rio Grande do Sul.
PROC.
Nº 3387/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/11, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que
altera o caput do § 16 do art. 5º da Lei Complementar nº 7, de 7 de
dezembro de 1973 – que institui e disciplina os tributos de competência do
Município –, dispondo sobre o lançamento com benefício de alíquota predial de
terreno cuja edificação não seja concluída em virtude de destituição do
empreendedor por abandono de obra.
PROC.
Nº 3523/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/11, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Waldir Antônio Bronzatto.
PROC.
Nº 3610/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 044/11, que cria 2
(duas) Funções Gratificadas que passam a integrar a letra “c” do Anexo I da Lei
nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1211/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 034/11, de autoria do
Ver. Paulinho Rubem Berta, que
obriga os estabelecimentos que possuam piscinas ou opções aquáticas de lazer a
disporem de salva-vidas.
PROC.
Nº 2163/11 – SUBSTITUTIVO Nº 01, que veda a exposição de carteiras de cigarro e de
qualquer outro produto fumígeno derivado do tabaco em estabelecimentos de venda
a varejo, exceto em tabacarias, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 078/11, ambos de autoria do Ver. Mauro Zacher.
PROC.
Nº 3040/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 135/11, de autoria do
Ver. Mauro Zacher, que
institui, no Município de Porto Alegre, o Programa de Uso de Uniformes
Escolares. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 3435/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 035/11, de autoria do Ver. Dr. Raul
Torelly, que concede o
Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre à Unimed Porto Alegre Sociedade
Cooperativa de Trabalho Médico Ltda.
PROC. Nº 3594/11 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/11, que consolida a legislação sobre criação, comércio,
exibição, circulação e políticas de proteção de animais no Município de Porto
Alegre e revoga legislação sobre o tema.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Verª Sofia Cavedon, Presidenta da Casa, Srs. Vereadores, Vereadoras, o
Projeto da iniciativa do Ver. Mauro Zacher institui, no Município de Porto
Alegre, o Programa de Uso de Uniformes Escolares. Devo dizer aos Srs. Pares que
é bem colocado este Projeto, que é extremamente importante nas escolas que os
alunos usem uniformes, até por um princípio fundamental de igualdade. No nosso
vizinho Uruguai, país-irmão, Ver. Reginaldo Pujol, os uniformes nas escolas,
principalmente nas escolas primárias, de primeiro grau, criam uma certa
autoestima.
No passado, nós possuíamos isso, pois além da
identificação que é feita dos alunos, algo que eu diria que é respeitável,
porque cria a identificação, tem um visual, traz, além da identidade, do nome
da escola, uma autoestima; é a impressão que tenho. A impressão que tenho, Ver.
João Antonio Dib, é de que, com as crianças uniformizadas na escola, além do
princípio da igualdade, criam-se exatamente esses fatores psicológicos que são
importantes na vida. Os romanos diziam... Agora me falta o termo latino, Ver.
Luiz Braz. Os romanos diziam que a forma dat esse rei: a forma, a
maneira dá ser às coisas, ou seja, estabelece uma relação de identificação,
basicamente de identificação.
Portanto, fica aqui, rapidamente, essa análise
acerca do Projeto do Ver. Mauro Zacher para que se criem uniformes nas escolas
primárias. Na realidade, se olharmos a escola pública – olhem só –, veremos que
precisamos investir em termos de autoestima, principalmente na escola primária,
que vem sofrendo um processo de razoável degradação. Fatores que não vem ao
caso aprofundar têm determinado isso. Do ponto de vista da estima, do ponto de
vista dos prédios, das classes escolares, enfim, há necessidade, além de outros
fatores, mas temos que investir exatamente no visual, na estética da escola
pública, principalmente em relação à escola primária. E o uniforme, parece-me,
identifica, dá identidade e cria evidentemente a autoestima. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Elói. Neste
momento, solicito que o Ver. Elói Guimarães assuma a presidência dos trabalhos
para que eu possa me manifestar em Pauta.
(O Ver. Elói
Guimarães assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. Elói
Guimarães, Presidente da Comissão da Constituição e Justiça; obrigada aos
Vereadores que seguraram aqui o pedido de verificação de quórum. Eu vou voltar
ao tema, que está em 2ª Sessão de Pauta, pois quero fazer um apelo ao Ver.
Mauro Zacher, que propõe criar o Programa de Uniforme Escolar na Rede Municipal
de Ensino.
Eu formalizei um
pedido, ao Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, Ver. Garcia,
para debatermos este tema dos uniformes juntamente com a Secretária Cleci
Jurach.
Eu entendo que o
gestor tem todo o direito de tomar iniciativas, agora, nós, Parlamento, temos a
responsabilidade de dar respostas, muitas vezes. Nós recebemos aqui, em
Audiência Pública, no primeiro semestre, as creches comunitárias que expuseram
suas grandes dificuldades do cotidiano – e o Ver. DJ vem aqui e diz que houve
uma revolução na Educação Infantil com a construção de creches –, dentre elas,
os professores para atenderem as crianças pequenas. Ou seja, é difícil manter na
creche comunitária um profissional formado em Pedagogia, porque não tem como
pagar a ele um salário um pouquinho maior que o salário mínimo.
Então, é preciso que
o repasse de recursos para a creche comunitária seja maior, porque não vamos
garantir bons profissionais, formados em Pedagogia, pagando muito mal, Ver.
Elói. Então, que esses R$ 7 milhões, que estão anunciados para serem gastos em uniforme – é um
apelo que faço –, sejam investidos no Convênio Creches Comunitárias, que
repassem um pouco mais de recurso para cada uma das creches. Assim, vamos
tranquilizar um pouco os dirigentes de creches, os
coordenadores de creches e das escolas infantis, que, além de cuidarem de uma
creche o dia inteiro – as creches e escolas abrem às 7h, e os pais começam a
pegar as crianças às 19h –, é pesadíssimo segurar 12h aberta uma instituição de
Educação Infantil, com cinco refeições. Além de fazer essa coordenação, ainda
tem que fazer galeto, tem que pedir apoio no banco de alimentos, tem que
participar em “n” reuniões aqui, ali e acolá, para arranjar mais recursos para
sobreviver. Então, eu não acho sério comprar uniformes para a Rede Municipal de
Ensino, que, em meio ano, não terá mais uniformes, que cria um problema para a
escola. A minha pergunta para a direção da escola é a seguinte: vai cobrar ou
não vai cobrar que o aluno venha de uniforme? Aí, de manhã, chega, Ver. Toni, a
criança sem uniforme, vai mandar para casa? Aí chama a mãe, que vai dizer que
sujou e não deu tempo de secar. No outro dia, serão outras dez crianças sem
uniforme. O que aconteceu? Rasgou, perdeu, extraviou, esqueceu; a criança vai
voltar para casa? Como é que nós vamos fazer? Nós vamos ter um problema
seriíssimo. Então, o uniforme vai ser opcional, porque não tem como obrigar as
nossas crianças a estarem todos os dias de uniforme – serão, no mínimo, quatro
uniformes. É uma política que, se estivesse sobrando dinheiro, eu concordaria.
Quero insistir, se estivesse dinheiro sobrando, se tudo estaria resolvido, as
creches comunitárias estivessem com cobertura de cem por cento do seu custo, aí
daria para oferecer um uniforme. Porque um dos argumentos, aliás, o principal
argumento, Ver. Brasinha, é a segurança. Só que, como nós não vamos ter como
obrigar as crianças a estarem todas uniformizadas, vamos ter crianças
uniformizadas e crianças não uniformizadas. E a que não estiver uniformizada,
estará insegura? Não vai funcionar como política de segurança. A política de
segurança é outra.
Então, eu vou
insistir, porque é uma iniciativa da Secretária, mas também o Ver. Mauro Zacher
entrou com um Projeto de Lei criando o programa do uniforme escolar. Eu não
entendo que isso seja prioridade – estou falando de creche comunitária –, há escola
para ser construída na Lomba do Pinheiro, na Quinta do Portal; são 600 crianças
que pegam ônibus, e com R$ 7 milhões daria para construir, tranquilamente, uma
escola. E a Secretaria afirmou, no início do ano, na Comissão de Educação, que
não podia construir mais do que duas escolas por ano, porque não tinha esse
dinheiro em investimento. Pois use esse dinheiro, que seria utilizado para o
uniforme escolar! Acho que não é uma boa escolha diante da necessidade da
educação; dá muita margem para crítica, e eu acho que o Parlamento tem que
chamar a atenção e pedir, por favor, que coloquem os R$ 7 milhões ou em uma
escola nova – como no Quinta do Portal, ou lá na Av. Oscar Pereira, também
conquistada no Orçamento Participativo há quatro ou cinco anos –, ou no
Convênio Creche Comunitária, ou que dividam esse valor meio a meio. Assim a educação
estará melhor, com certeza.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães) A Presidente retoma a direção dos trabalhos.
(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Elói Guimarães.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra
O SR. ALCEU
BRASINHA (Requerimento): Srª Presidente, solicito verificação de quórum.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada
pelo Ver. Alceu Brasinha. (Pausa.)
Informo que estavam inscritos o Ver. Sebastião Melo e o Ver. Reginaldo
Pujol para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Uma pergunta, por relevante. Interrompida a Pauta, ela é declarada cumprida
ou não?
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): É
Considerada cumprida.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Perfeito.
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Onze Vereadores e Vereadoras presentes, o
Ver. Professor Garcia chegou agora, mas não há quórum suficiente para
continuarmos a Sessão.
Está encerrada a Sessão.
(Encerrada a Sessão às 17h14min.)
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